O delegado Rodrigo Azem, da Delegacia Especializada em Repressão ao Crime Organizado (Draco), afirmou, nesta segunda-feira (14.04), que os detentos Gilmar Reis da Silva Vulo, conhecido como “Vovozona”, e Thiago Augusto Falcão de Oliveira, fugitivos do Centro de Ressocialização Industrial Ahmenon Lemos Dantas, em Várzea Grande, não preenchiam os requisitos necessários para participar de atividades extramuros.
Segundo o delegado, Gilmar é considerado um criminoso de alta periculosidade e é apontado como uma das lideranças do crime organizado na região sul de Mato Grosso. Já Thiago responde por um homicídio em Chapada dos Guimarães e, poucos dias antes da fuga, já havia se envolvido em uma tentativa frustrada de escapar da unidade prisional.
A Draco segue investigando as circunstâncias da fuga e eventuais falhas no sistema de triagem dos internos autorizados a exercer trabalhos fora da unidade.
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Durante a Operação Shadow, deflagrada na manhã desta segunda-feira, foram cumpridos 11 mandados de prisão, incluindo dois contra policiais penais. Entre os alvos está o ex-diretor do Centro de Ressocialização Industrial Ahmenon Lemos Dantas, Adão Elias Júnior, de 43 anos.
De acordo com o delegado Rodrigo Azem, da Delegacia Especializada em Repressão ao Crime Organizado (Draco), Adão foi o responsável por autorizar, de forma irregular, a saída de dois detentos apontados como lideranças da facção criminosa Comando Vermelho (CV). Ainda segundo Azem, o ex-diretor tinha pleno conhecimento de que os presos não atendiam aos critérios exigidos para participar de atividades extramuros.
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“Existem diversas nuances e critérios a serem observados para que um preso seja liberado para realizar um serviço. Ainda assim, ele [Adão] acaba anuindo, concordando, mesmo ciente de que eles [os fugitivos] não preenchiam os requisitos. A partir disso, desenvolve-se toda uma dinâmica que culmina na fuga desses dois reclusos”, detalhou Rodrigo.
Rodrigo Azem reforçou que a fuga foi cuidadosamente planejada, contando com apoio logístico, veículos e até uma casa de apoio no município de Poconé, a 104 km de Cuiabá, para onde os criminosos seguiram após deixarem o Centro de Ressocialização.
Segundo o delegado, os policiais chegaram a localizar o imóvel; porém, ao chegarem ao local, encontraram apenas as roupas utilizadas pelos fugitivos, o que indicava que eles já haviam deixado o ponto de apoio.
“Foi um plano totalmente arquitetado por eles. Não se tratou de uma simples fuga durante a realização de um serviço ordinário no período de cumprimento da pena. Foi arquitetado, foi bem planejado”, frisou Azem.
Sobre os crimes praticados pelos policiais, Rodrigo explicou que eles também serão indiciados por integrar organização criminosa, uma vez que há outras situações relacionadas a eles, além de antecedentes que justificaram o cumprimento da prisão.
A Polícia Civil, com apoio da Secretaria Estadual de Justiça (Sejus), deflagrou, na manhã desta segunda-feira, a Operação Shadow, para o cumprimento de 35 ordens judiciais contra um grupo criminoso envolvido na fuga dos detentos em 2023.
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Gilmar Reis da Silva Vulo, conhecido como “Vovozona”, e Thiago Augusto Falcão de Oliveira são procurados pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e pela Delegacia Especializada em Repressão ao Crime Organizado (Draco). Quem tiver informações pode entrar em contato pelo Disque-Denúncia 197 — o sigilo é absoluto.
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