A Polícia Civil indiciou 22 empresários, nesta sexta-feira (04.08) por envolvimento em fraudes em contratos médicos nos hospitais do Estado. A suposta organização criminosa teria intensificado as ações durante a pandemia de Covid-19, com pacientes internados desnecessariamente nas UTIs para aumentar os lucros. Conforme a Polícia Civil, a Justiça autorizou a instauração de outros inquéritos policiais para investigar eventual participação de agentes públicos.
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Conduzida pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), as investigações iniciaram após uma denúncia sobre uma empresa contratada para fornecer médicos plantonistas para o hospital, que estaria disponibilizando menos médicos do que o contratado. A operação Espelho resultou em buscas e apreensões em seis municípios de Mato Grosso, com a apreensão de carros de luxo e imóveis avaliados em R$ 35 milhões.
As investigações revelaram que a empresa contratada fazia parte de um cartel de empresas dedicado a fraudar licitações e contratos de serviços médicos, especialmente em UTIs. Os contratos fraudulentos foram identificados em hospitais municipais e regionais do Estado.
Durante a pandemia, os investigados aproveitaram a fragilidade e desespero dos gestores públicos, que precisavam contratar serviços médicos de UTIs com urgência, e simulavam concorrência para impor valores maiores que os praticados no mercado. Os serviços não eram fornecidos conforme contratado e muitas vezes com o consentimento dos agentes públicos fiscalizadores.
A Deccor continua as investigações, contando com a participação dos órgãos estaduais, como o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e a Controladoria Geral do Estado (CGE), que realizarão auditorias em todas as licitações e contratos relacionados ao caso. Até o momento, os prejuízos apurados superam R$ 35 milhões, com a possibilidade de aumento conforme avança a investigação.
O inquérito foi remetido nesta sexta-feira, ao Poder Judiciário, e a limitação de informações sobre esse caso se deve à decretação de segredo de justiça.
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