O delegado da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, Diego Alex Martimiano da Silva, pediu à 7ª Vara Criminal de Cuiabá, a prisão preventiva da empresária R. M. R. B., 49 anos, e de seu funcionário J. B. C., 51 anos, assim como a suspensão das atividades de uma das empresas de propriedade de R. M..
A empresária é acusada de participar de uma organização criminosa para dar golpes em locadoras de veículos de Cuiabá, Várzea Grande e outras localidades. Os veículos são locados pela suspeita e depois vendidos por terceiros, através de garagens de venda de veículos.
Em 10 de junho deste ano, a gerente de locadora de veículos S. V. T., localizada no Jardim Aeroporto, em Várzea Grande procurou a Delegacia de Polícia para registrar um boletim de ocorrência contra a empresária, alegando que teria firmado contrato de locação dos veículos com a mulher e ela não teria entregado os automóveis dentro do prazo estipulado no contrato, assim como não pagou os aluguéis.
A locadora teve três veículos levados pela suspeita, sendo um veículo Renault Kwid, Ford Ka e uma camionete S10. O Renault Kwid foi localizado na posse de uma mulher A. C. J. da C., durante uma parada no posto da Polícia Rodoviária, que constatou que o veículo tinha queixa de furto. A mulher viajava com a família para uma cidade do interior de Mato Grosso.
A vítima contou que teria comprado o veículo em uma garagem, na avenida Couto Magalhães, em Várzea Grande. Ela disse ainda que pagou pelo automóvel R$ 34 mil, mas só teria pagado até o momento R$ 17 mil.
A camionete S10 e o Ford Ka foram localizados através do rastreador da empresa. A S10 foi encontrada em um lava jato, onde a pessoa que estava em posse da chave que teria adquirido o automóvel pela quantia de R$ 30 mil.
O Ford Ka foi encontrado parado em frente a uma marmitaria, com um homem que faz uso de tornozeleira eletrônica, que no momento ligou para uma terceira pessoa para relatar o ocorrido e na ligação disse que entregaria o carro, pois não queria nenhum B.O para o seu lado.
Consta ainda do processo, que em 09 de julho deste ano, o proprietário de dois veículos procurou a polícia para contar que teria sido vítima de golpe, aplicado por uma mulher.
Ele explicou que aluga os carros na plataforma de compra e venda OLX, para aumentar a renda familiar. A vítima contou que R. M. lhe procurou para locar um veículo, no entanto, na ocasião os veículos já estavam locados. Ele relatou ainda que depois de alguns dias, a suspeita lhe procurou e alugou o veículo Prisma, e pagou o valor do caução de R$ 1,2 mil. A mulher utilizou o nome do funcionário J. B. C. no contrato alegando não possuir habilitação, item obrigatório na locação do automóvel.
Com a mesma pessoa, a mulher alugou mais um carro, dessa vez um Renault Sandero, e ao fazer o pagamento da locação passou para a vítima um cheque, que tentou descontar por duas vezes, mas não tinha fundos.
O dono dos veículos entrou em contato com a suspeita, que mandou falar com J. B. sobre os valores. Em contato com o suspeito, este alegou que estava viajando e não teria conseguido contato com R. M., mas que daria um jeito. Em um novo contato o suspeito disse que não conseguia falar com a patroa, pois ela e o esposo teriam sido diagnosticados com a Covid-19.
A vítima então foi procurar a suspeita na empresa, mas quando chegou as portas estavam fechadas e as janelas cobertas por lonas pretas. O segurança do local disse para o homem que por ordem do patrão não poderia dizer nada. Após insistir e dizer que teria ido lá na empresa na semana passada e como poderia estar fechada, o segurança falou : “Então para sair rápido assim, você sabe como é, né? Deve ter feito rolo.”
A vítima não conseguiu reaver os automóveis.
Diante dos fatos, o delegado pediu a prisão temporária da empresária , que conforme consta dos autos, já responde por diversas ações penais por crimes análogos no Estado de Mato Grosso e em outros Estados da Federação. Ela possui seis processos e quatro condenações criminais.
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