A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (31.03), a 2ª fase da operação "Res Capta”, no município de Confresa (a 1.060 km de Cuiabá). Foram dois mandados de busca e apreensão, sendo um, na sede da empresa suspeita de ter atuado na camuflagem do suposto recebimento de propinas por servidores da FUNAI de Ribeirão Cascalheira e o outro na residência da pessoa responsável pela referida empresa.
Conforme a assessoria, através da análise preliminar do material apreendido na 1ª fase da operação em comparação com as diversas oitivas realizadas, apurou-se que as pessoas que arrendavam ilegalmente terra na Reserva Indígena Marãiwatsédé estavam sendo obrigadas a pagar 10% do valor do arrendamento, de forma antecipada, a servidores da FUNAI de Ribeirão Cascalheira, por supostos serviços de medição da área.
Pagariam, ainda, após a finalização das supostas medições, R$ 5,00 por hectare medido, o que poderia totalizar aproximadamente R$ 825 mil considerando a extensão da Terra Indígena.
Segundo o teor dos interrogatórios prestados na Delegacia de Polícia Federal em Barra do Garças, os servidores alegaram aos arrendatários que as medições seriam imprescindíveis para formalizar um suposto Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) no Ministério Público Federal. Esse TAC, que nunca existiu, permitiria aos arrendatários explorar economicamente a Terra Indígena Marãiwatsédé por até 15 anos.
A empresa contratada por um dos servidores da FUNAI que foi preso na 1ª fase da Operação é suspeita de ter papel preponderante no esquema, eis que ela era responsável pela execução dos serviços desnecessários.
Suspeita-se que as supostas medições serviriam para camuflar a natureza ilícita dos pagamentos.
Leia também - Militares investigados por homicídios em supostos “confrontos” são alvos de operação em MT
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).