Uma empresa de assessoria financeira teve suas atividades suspensas na manhã desta segunda-feira (02.09) em uma operação conjunta da Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), e do Procon Municipal de Cuiabá. A empresa prometia descontos de até 90% nas dívidas e financiamentos de seus clientes.
Contra a empresa, foram registrados 119 boletins de ocorrência, cada um com vítimas diferentes. Além disso, uma consulta ao site do Poder Judiciário Estadual de Mato Grosso revelou mais de 200 processos judiciais contra o grupo.
Com base nas denúncias, foi instaurado um inquérito policial na Decon, investigando o proprietário da empresa, gerentes, especialistas financeiros e até ex-funcionários. Eles são suspeitos de cometer crimes contra as relações de consumo, associação criminosa, lavagem de dinheiro e outros ilícitos penais. As penas, somadas, podem ultrapassar 20 anos de prisão, além de multas.
A empresa, em atividade em Cuiabá desde 2020, operava até aos sábados e feriados e é suspeita de veicular propaganda enganosa em programas de TV de grande audiência, aproveitando-se da confiança dos telespectadores nos apresentadores para prometer descontos expressivos em faturas de cartão de crédito, empréstimos, financiamentos de veículos e outros tipos de dívidas. Entretanto, a empresa não demonstrava possuir uma equipe técnica qualificada para realizar tais negociações.
As investigações conduzidas pela Decon apontaram que a empresa oferecia descontos de até 90% nas dívidas e financiamentos, sem qualquer garantia de que o resultado seria alcançado. Afinal, as instituições financeiras não são obrigadas a aceitar renegociações nos termos propostos.
Além disso, a empresa instruía seus clientes a suspenderem o pagamento de faturas de cartões de crédito e boletos de empréstimos e financiamentos, alegando que isso forçaria os bancos a renegociar.
O Procon Municipal de Cuiabá aplicou uma multa de mais de R$ 411 mil à empresa. Além disso, o Ministério Público Estadual protocolou uma ação civil pública, com base nas informações fornecidas pela Delegacia do Consumidor e pelos Procons Estadual e Municipal de Cuiabá, solicitando a realização de contrapropaganda, conforme determinado pela Justiça.
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