A Polícia Federal interceptou trecho de um áudio de uma conversa entre o cacique Xavante Damião Paridzane e o coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Ribeirão Cascarlheira (a 880 km de Cuiabá), Jussielson Gonçalves Silva.
Na conversa, o líder indígena começa dizendo que está meio contrariado e chateado, e questiona o 'comparsa' o motivo dele estar se reunindo com os fazendeiros na sede Funai. Segundo o indígena, ele já havia pedido que não queria que se reunissem escondido dele.
Jussielson tenta se desculpar e explica para o xavante que não é nada escondido - e que já tinha comunicado ao líder que eles iriam fazer as medições do pasto para aumentar a renda, "o senhor deu a autorização".
No entanto, o cacique indaga, “E por que não aparece no lugar para medir? Agora fazer reunião na sala da Funai, que isso?”. O coordenador responde: “Está vindo um por um cacique, não é reunião não, pelo amor de Deus. A partir de amanhã o pessoal está descendo para medir o pasto”.
Ainda desconfiado, o cacique insiste em saber se “eles” [fazendeiros] estão se reunindo com ele na sala da Funai. Jussielson tenta mais uma vez contornar a situação, e fala que estão chamando um por um para explicar o que vai ser feito em relação à medida do pasto. “Nós já tínhamos falado, e o senhor deu a autorização. Lembra que falamos: Cacique tem gente que está com muito pasto e está pagando pouco. Vamos medir para atualizar esse valor”.
Ele disse ainda, que só pode ir no pasto quando o dono estiver, pois vão levar drone, e não tem como entrar na fazenda sem a pessoa lá. O cacique conclui que se assustou quando chegou e tinha bastante gente lá. O coordenador, aos risos, disse que pareciam ser bastante gente, mas era ele, três servidores, o fazendeiro que arrenda o pasto, a mulher dele e o caseiro que cuida do espaço.
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