O suspeito Elzyo Jardel Xavier Pires, alvo da Operação Ragnatela da Polícia Federal (PF) deflagrada nesta quarta-feira (05.06) comentou em conversa com Rodrigo Leal, produtor de shows da boate Dallas, que políticos não estavam ajudando o grupo criminoso a resolver pendências de licenças na prefeitura de Cuiabá.
"LEAL vou falar a verdade pra você, esse negócio de Emanuelzinho, Emanuel, ninguém está ajudando nós porra nenhuma, a verdade é essa. Tá só empurrando com a barriga passando nó na nossa boca, entendeu? A verdade é bem essa. Quem está ajudando nós aí é Paulo, é Alfredo, acho que o doutor Vinícius aí que está correndo", diz trecho de conversa interceptada pela Polícia Federal (PF).
A fala faz referência a uma carreta de som, que foi apreendida pelo fiscal Gilberto Santos, com apoio da Polícia Militar, em junho de 2022. Os suspeitos esperavam que a carreta não fosse enviada pela prefeitura para a Delegacia de Meio Ambienta (Dema), o que acabou ocorrendo por determinação da prefeitura.
"Isso que eu não entendi cara, Emanuel mandou aí ó, está tudo certo, resolvido. Aí agora o secretário faz uma dessa", afirmou Rodrigo Leal pouco antes de constatarem que o prefeito não teria auxiliado o grupo. "A carreta desceu pra DEMA, os cara não liberaram a carreta", afirmou Rodrigo logo depois.
Paulo a quem se refere as mensagens é o vereador Paulo Henrique (PV), que foi alvo de busca e apreensão da PF na quarta-feira. O vereador é acusado de intermediar licenças para os shows do grupo criminoso. O dinheiro para a contratação de artistas nacional do funk viria, segundo a denúncia, da organização criminosa Comando Vermelho.
Jardel, que recebeu a reclamação de Leal, era assessor parlamentar do deputado Paulo Henrique, e apontado como articulador político do grupo criminoso. Ele foi exonerado da Câmara pelo presidente do legislativo, Chico 2000 (PL).
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