Em Mato Grosso, o embate entre VLT e BRT já pode ser considerado um verdadeiro exterminador de governadores. Dois gestores tombaram diante dessa obra amaldiçoada, marcada por contradições, corrupção e, no fim das contas, um desastre absoluto de planejamento.
Desde 2012, essa novela se arrasta, e a população de Várzea Grande foi a primeira vítima, sentindo na pele o estrago causado na avenida da FEB. Empresários foram à falência, e a via se transformou em um cemitério abandonado, onde os trilhos do VLT só serviram para acumular poeira. O bonde do atraso passou por ali, mas o VLT, apenas de passagem — sobre caminhões, chegando e indo embora sem nunca rodar de fato.
Agora, é a vez dos cuiabanos sentirem o drama. A avenida do CPA está se tornando um espelho da tragédia várzea-grandense, com obras intermináveis e uma guerra travada entre o Governo do Estado e o Consórcio do BRT. Enquanto isso, os ônibus que deveriam modernizar o transporte seguem como um fantasma — nem a cor do VLT e nem do BRT a população viu.
A verdade é que essa obra tem potencial para enterrar os planos políticos de mais um governador. VLT ou BRT? Tanto faz! O que se sabe é que esse projeto se tornou o maior exterminador de políticos de Mato Grosso.
Entenda
O Governo do Estado apresentou o projeto como solução para a mobilidade urbana na Região Metropolitana, especialmente para a Copa do Mundo de 2014. As obras iniciaram em 2012, mas foram interrompidas pela Justiça em 2015 devido a suspeitas de fraudes na licitação. Estudos também indicaram a possível inviabilidade do projeto.
Em 2021, o Conselho Deliberativo Metropolitano aprovou a substituição do VLT pelo BRT, decisão contestada pela Prefeitura de Cuiabá, que tentou convocar um plebiscito para definir o modal. Em dezembro de 2022, o Governo de Mato Grosso iniciou a desmontagem do canteiro do VLT para dar lugar ao BRT, apesar da oposição municipal, que não conseguiu impedir a retirada dos trilhos.
Quanto tempo cada governador amargou com a obra inacabada
O ex-governador Silval Barbosa (MDB) esteve à frente do Estado nos dois últimos anos de seu mandato (2013 e 2014). Em seguida, Pedro Taques governou entre 2015 e 2018. Já o governador Mauro Mendes (União) concluiu um mandato de quatro anos e, atualmente, está no terceiro ano de seu segundo mandato, ainda sem perspectiva de finalizar as obras desse modal da discórdia, que tem deixado um rastro de destruição em uma das principais avenidas da Capital e se transformado em um verdadeiro pesadelo para a população dos dois maiores municípios de Mato Grosso.
As siglas do Modais transformaram em pesadelo
VLT – Valeta, Lentidão e Transtornos
BRT – Bruto, Retrocesso e Tragédia
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).