Em declarações contundentes feitas em 2018, o atual vice-governador de Mato Grosso, Otaviano Pivetta (Republicanos), teceu duras críticas ao então candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PL). Contudo, Pivetta mudou radicalmente seu posicionamento: no segundo turno das eleições de 2022, gravou vídeo exaltando Bolsonaro com elogios enfáticos
Durante a entrevista ao jornalista Jacques Gosch, do site RDNEWS, em abril de 2018, Pivetta questionou a trajetória política de Bolsonaro e de seus filhos, todos parlamentares. “Eu acho que o Bolsonaro, a história dele mostra o perfil dele. Ele é um profissional do parlamento, das palavras. Botou três filhos na mesma linha. Quer dizer, um carioca que há trinta anos é deputado, que forma três filhos parlamentares também, que nunca criou uma galinha, vive fazendo poesia e bravata. O Brasil vai esperar o quê de uma pessoa dessas?”, disparou.
O vice-governador também criticou, ainda que de forma indireta, o Estado do Rio de Janeiro, berço político de Bolsonaro. “Olha o jeito que está o Rio de Janeiro. Nada contra o carioca, mas vamos aos exemplos práticos. Arrebentaram com o Rio de Janeiro. Mamam no Rio desde que existe a República. O Rio está de quatro. É o Estado mais quebrado do Brasil, o que mais passa vergonha — e não se envergonha disso”, afirmou, apontando o que considerava uma incoerência: alguém vindo dessa realidade querer se apresentar como solução para os problemas nacionais.
Pivetta ainda ironizou o estilo de comunicação do ex-presidente, chamando-o de “falastrão”. “Eu, sinceramente, não acredito [nele]. Acho ele um falastrão, uma pessoa que gosta muito de poesia, de cantar... é muito habilidoso nas palavras, tem bom humor. Pode ser, quem sabe, um comediante, mas não um presidente da República.”
À época, Pivetta ainda não ocupava o cargo de vice-governador e era conhecido por suas posições firmes e independentes. Hoje, é um dos mais aguerridos defensores de Bolsonaro e crítico contumaz do presidente Lula.
Resta a pergunta: o que mudou em Bolsonaro, de 2018 para 2025, na opinião de Pivetta? Ou seria o próprio vice-governador — agora pré-candidato ao governo de Mato Grosso — quem está de olho no espólio político de Bolsonaro no Estado?
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