Longe da fortificação onde mora, no Alphaville em Cuiabá, o governador não sente com tanta frequência os efeitos de uma segurança pública problemática em Mato Grosso. Cercado de seguranças fortemente armados e com a família protegida do crime organizado, Mauro Mendes (União) não poderia dizer que "sente na pele" o mau desempenho do Estado na área.
Não poderia, mas agora pode. Mendes, agora sabe, como muitos mato-grossenses sempre souberam, como a sua decisão de não valorizar as policiais, manter o déficit de efetivo, e adotar uma política frouxa no combate ao crime organizado interferiu no seu cotidiano.
Na segunda-feira (20.01), a Bimetal, empresa historicamente ligada ao governador, foi alvo de assaltantes. Os criminosos renderam funcionários e roubaram materiais como fios, baterias de gel e ferramentas especializadas. Parte dos equipamentos foi recuperada pela polícia, que atua de forma incansável, dia e noite, sob constante risco. Contudo, passados cinco dias desde o crime, os bandidos ainda não foram presos.
Informações de bastidores indicam que a polícia enfrenta dificuldades para efetuar as prisões. Uma dessas dificuldades, evidentemente, está relacionada ao baixo efetivo, reflexo do déficit significativo enfrentado pela Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros. Apesar da realização de concursos e de promessas de nomeações por parte do Governo, as contratações nunca ocorreram. Será que nem mesmo com a empresa da família virando alvo o governador vai despertar para o óbvio?
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