"Nós vamos caçá-lo até o quinto dos infernos", declarou o governador Mauro Mendes (União) no dia 24 de julho deste ano, cerca de um mês após o assassinato do sargento da Polícia Militar Odenil Alves Pedrosa, que foi morto ao realizar a segurança na UPA Morada do Ouro, em serviço realizado para a Prefeitura de Cuiabá para complementar a baixa remuneração dos policiais de Mato Grosso.
Nesta segunda-feira (25.11), quatro meses depois dessa declaração, Mendes decidiu deixar de lado o seu ímpeto e, em tom de ironia, admitiu que não conseguirá prender o assassino. Ao responder questionamentos de jornalistas, o governador afirmou que o assassino do sargento, Raffael Brito de Amorim, estaria escondido nos morros do Rio de Janeiro, e demonstrou dificuldade de prendê-lo. No linguajar popular, Mendes parece ter "jogado a toalha".
"Lá no Rio de Janeiro? Subir o morro? É isso que ele está dizendo? A polícia sair daqui e ir lá subir o morro?", ironizou o governador, visivelmente irritado com o repórter.
A fala profundamente melancólica - para a população de Mato Grosso, que sofre com a insegurança - foi feita durante lançamento do programa "Tolerência Zero ao Crime Organizado". Ao que parece, porém, a tolerância é enorme, demonstrando o governador ser incapaz de articular uma força-tarefa com as polícias cariocas ou qualquer atitude mais propositiva do que a simples ironia e a vergonhosa desistência de ir atrás de criminosos.
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