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No Alvo Terça-feira, 06 de Agosto de 2024, 09:05 - A | A

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bastidores

Amigo secreto: apoiadores indesejados marcam convenções em Cuiabá

Genro e nora permanecem sem receber muito carinho de correligionários quando as cortinas do teatro da política abrem

Ela é uma pessoa agradável, inteligente e querida pela maioria. Mas só tem um problema: o governador não gosta tanto assim dela. Ele é gentil, educado e é conhecido por sua habilidade em atender a todos. Mas só tem um problema: o ex-presidente não confia tanto assim nele. 

A descrição acima é um retrato sutil de como é vista a presença de Wellington Fagundes (PL) e de sua nora, Janaina Riva (MDB), que participaram das convenções em lados opostos da política de Cuiabá nesta segunda-feira (05.08). De um lado: Janaina apareceu discreta e tímida na convenção do União Brasil, depois de ter perdido o cargo de primeira-secretária da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). E de outro lado estava Fagundes, intimidado com as vaias que recebeu dos bolsonaristas presentes na convenção do PL. 

Se para Wellington pesa a boa memória bolsonarista que fixou nele a figura do governista fiel nos anos em que Dilma Rousseff foi presidente, largando a mão da petista somente no derradeiro suspiro do seu impeachment, para Janaina pesa o fato de ser filha de quem é: José Riva, figurão da política que saiu pelas portas dos fundos do mundo da vida pública, odiado por muitos políticos de carreira por ter sido o delator que entregou aos investigadores a história do crime na política de Mato Grosso. 

O peso do apoio de Wellington à campanha de Abilio é mínimo: o bolsonarista que ainda precisar perder "duas arrobas" (nas palavras de seu próprio líder máximo), vai ouvir muito pouco dos aos conselhos que o experiente Fagundes tem a oferecer e tampouco Wellington trará novos votos para o candidato sempre "jovem de espírito" do PL, visto como um "Peter Pan" da política, que se recusa a crescer, tanto nas pesquisas quanto na maturidade. 

Janaina, por outro lado, não é muito bem-vinda para Eduardo Botelho, o candidato do governador e do União Brasil. Primeiro porque Botelho se convenceu de que a regra do jogo para ser eleito em Cuiabá é simples: se o governador não gosta, eu também não gosto e se o governador gosta, eu gosto. A segunda razão é o sobrenome de Janaina: custa muito pouco para qualquer adversário apertar a tecla mágica "filha do maior ficha-suja do país" durante a campanha e jogar no colo de Botelho mais um problema que ele não está a fim de lidar, como quando um idoso entra no ônibus lotado e você se recusa a oferecer seu assento. 

Leia mais: Abilio defende senador vaiado em convenção: "só ele está do nosso lado" 

 
 
 
 
 
 

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