O deputado estadual Wilson Santos (PSD) passou mais de um ano sendo criticado e ridicularizado por colegas por denunciar a ligação de políticos de Mato Grosso com a facção criminosa Comando Vermelho.
Neste período, foi alvo da imprensa, de muitos colegas do meio político e até mesmo por eleitores. Em setembro de 2023, Wilson foi acionado pela Procuradoria Geral do Estado (PGE) por conta das denúncias. Ele foi acusado pela PGE de prevaricação por não apresentar provas daquilo que estava denunciando.
Na época, o parlamentar era uma voz solitária no plenário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) repetindo o tempo todo que nos bairros de Cuiabá e Várzea Grande só poderiam fazer campanha os "escolhidos" pela facção. Em abril deste ano, após a deflagração da Operação Apito Final, Wilson voltou a denunciar:
"Sou um parlamentar que tem reverberado que as facções criminosas estão no Legislativo, No Executivo, no Judiciário, nas forças de segurança, nas igrejas, nos centros espíritas, no esporte, isso é generalizado", afirmou.
Em 2023, Santos também criticou o então secretário de Segurança Pública, Alexandre Bustamente, que teria ignorado sua denúncia por ligação de de deputados com o crime organizado. O ex-secretário sequer foi convocado para prestar depoimento na ALMT sobre o assunto, apesar de requerimento sobre o tema.
Nesta terça-feira (06), o site Olhar Jurídico e a reportagem do publicaram a informação de que a Polícia Federal interceptou mensagens em que o ex-secretário Bustamente é apontado como beneficiário de pagamento de propina de R$ 20 mil para transferir faccionados da Penitenciária Central do Estado (PCE). O ex-secretário nega as acusações.
Estas e outras acusações estão presentes nos relatórios investigativos produzidos pela Polícia Federal na Operação Ragnatela, deflagrada na última quarta-feira (05). São mais indícios que podem comprovar a afirmação do deputado: as facções estão manchando a política de Mato Grosso.
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