A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deve tirar do ar nos próximos dias cerca de 600 sites de apostas de quota fixa, as chamadas bets. A informação foi revelada nesta segunda-feira (30.09) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista à rádio CBN.
Na entrevista, Haddad afirmou que o Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está endurecendo o controle sobre as empresas de apostas, e que a partir de amanhã (01.10), quem não tiver pedido autorização para atuar terá as operações suspensas.
Entre as ações do Governo, o ministro citou ainda a proibição do uso do cartão do Bolsa Família ou de crédito para o pagamento das apostas. Ainda, o acompanhamento dessas apostas através do CPF do apostador.
“Nós vamos adotar todos os mecanismos de controle socialmente aceitáveis para que seja coibido esse tipo de abuso, como aquela preocupação: quem aposta muito e ganha pouco pode estar, em geral, com dependência psicológica do jogo! quem aposta pouco e ganha muito pode estar lavando dinheiro. Isso tem que ser coibido imediatamente”, declarou Haddad.
Leia Também - Beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em apostas esportivas
Ele afirmou que na gestão de Jair Bolsonaro (PL) não foi adotada qualquer medida para o controle das bets. “Elas ficaram isentas de impostos durante todo o período do governo Bolsonaro e sem regulação para proteger o apostador. Nós tivemos um período muito ruim em que os jogos cresceram no Brasil, jogos eletrônicos, sem que o Estado interviesse no sentido de proteger a sociedade”, disse o ministro.
Ao final, garantiu que nos próximos dias, em torno de uma semana, entre 500 a 600 casas de apostas serão tiradas do ar e mandou um recado para quem aposta: “Se você que está me ouvindo tem algum dinheiro em casa de aposta, peça a restituição já, porque você tem o direito a ter o seu valor restituído. [...] Às vezes, o valor fica bloqueado lá para você apostar mais. Então, nós estamos já avisando todo mundo para exigir da casa de aposta o dinheiro que você tem depositado lá”.