O São Paulo perdeu grande chance de dar na noite desta quarta-feira um largo passo rumo à final da Copa Sul-Americana. Muito superior durante praticamente todo o jogo, a equipe fez 1 a 0 no primeiro tempo com Rafael Toloi e depois desperdiçou inúmeras oportunidades para aumentar a vantagem. Além da deficiência nas finalizações, a equipe parou no goleiro da Católica, Tosselli, que praticou grandes defesas. No segundo tempo, em um dos poucos ataques chilenos, Castillo marcou, e o time da casa saiu de campo comemorando o empate por 1 a 1.
Logo após o gol da Católica, Ney Franco colocou Ganso no lugar de Lucas, que era o melhor do time, mas pediu para sair por estar fortemente debilitado em virtude de uma gripe. A troca de um jogador de velocidade por um de toque de bola quebrou o ritmo do São Paulo, e a Católica cresceu em campo. A opção pelo lateral-direito Douglas parecia a mais interessante.
Com o resultado, a definição da vaga ficou para quarta-feira, quando os dois times voltarão a se enfrentar, desta vez no Morumbi. Quem vencer será finalista. Em caso de empate sem gols, avança o São Paulo por ter feito um gol na casa do adversário. Se a igualdade for por dois ou mais gols, avança a Católica pelo mesmo motivo. Um novo 1 a 1 leva a decisão para os pênaltis.
Pelo Campeonato Brasileiro, o time tricolor voltará a campo no domingo, para enfrentar a Ponte Preta, no estádio Moisés Lucarelli. Como a quarta posição na tabela e a vaga na fase preliminar da Taça Libertadores da América de 2013 já estão garantidas, o técnico Ney Franco deverá usar uma equipe totalmente reserva.
Católica pressiona, mas São Paulo reage e sai na frente
Destaque do time chileno, o atacante Michael Ríos avisou antes da partida: para ter chance de classificação, a Católica deveria fazer o resultado dentro de casa. E, apoiado por sua torcida, que praticamente lotou as dependências do San Carlos de Apoquindo, o time chileno tentou armar uma blitz no início. Em sete minutos, já havia concluído três vezes ao gol defendido por Rogério Ceni. No entanto, quem assustou primeiro foi o Tricolor, em belo chute de Jadson, que acertou a trave direita de Tosselli.
A Católica forçava muito o jogo pelo meio, onde Costa e Ríos mostravam intimidade com a bola. O técnico Martin Lasarte apostou na formação tradicional, o 4-4-2, e colocou Port na lateral esquerda, na vaga do suspenso Cordero. No São Paulo, Ney Franco mandou força máxima e apostou no esquema 4-2-3-1, com Jadson na armação, Luis Fabiano como referência e Lucas e Osvaldo abertos pelas pontas.
O domínio chileno durou exatos 13 minutos. Com mais qualidade técnica, o São Paulo, após suportar a pressão inicial, tomou conta da partida. Lucas, em chute de fora da área, assustou. Aos 14, Osvaldo fez grande jogada e cruzou para Luis Fabiano, que só não marcou porque Andia fez o corte. O crescimento do time ocorreu principalmente porque Jadson começou a fazer a diferença na articulação das jogadas. Aos 20, ele deu passe primoroso para Luis Fabiano, que na hora do chute foi bloqueado mais uma vez.
O gol era questão de tempo. E surgiu aos 21. Após cobrança de escanteio pela direita, a bola sobrou no meio para Denilson, que acionou Rhodolfo na esquerda. O beque cruzou na cabeça de Toloi que, livre de marcação, testou no canto direito de Tosselli, para festa da pequena torcida tricolor no estádio: 1 a 0 São Paulo. O segundo só não saiu aos 25 porque Tosselli fez grande defesa em lance individual de Osvaldo pela esquerda.
Apesar do apoio que vinha das arquibancadas, a Católica sentiu demais o gol. Seus jogadores começaram a errar passes em demasia e, até o fim do primeiro tempo, a defesa tricolor não foi mais incomodada. Na defesa, alguns jogadores apelaram para lances violentos. Num deles, o volante Sepúlveda levou cartão amarelo por acertar Lucas.
Antes do intervalo, o São Paulo perdeu outra grande chance com Osvaldo, que mais uma vez ficou cara a cara com Tosselli e chutou em cima do goleiro. Luis Fabiano, que estava livre ao seu lado, ficou indignado.
Tricolor perde novas chances, Católica empata e Ney erra em mudança
Preocupado com a queda da equipe, Martin Lasarte fez duas alterações na Católica no intervalo. Ele trocou Sepúlveda e Pizarro por Menezes e Ovelar. Com isso, o time passou a contar com três homens mais ofensivos. Mudaram as peças, mas não o domínio do São Paulo, que seguiu com o controle do jogo. Aos oito, em jogada primorosa de Lucas, Osvaldo ficou cara a cara com Tosselli e, em vez de bater, preferiu tocar para Luis Fabiano, permitindo o corte da defesa chilena. A Católica só viria a assustar pela primeira vez aos 10, quando Ovelar foi travado na área por Rhodolfo.
O tempo passava, e o domínio seguia absoluto. Osvaldo, aos 12, recebeu de Luis Fabiano e novamente parou no goleiro adversário. Aos 18, Lucas, que era caçado pela defesa chilena, arriscou de fora da área e quase fez um golaço. Mas, como o futebol não é lógico, no momento em que o Tricolor era soberano, a Católica achou o gol de empate. Aos 24, após cruzamento na área, Castillo dominou, limpou Rhodolfo e bateu no canto direito de Rogério, que poderia ter defendido: 1 a 1.
Ney Franco imediatamente agiu no banco de reservas, sacando Lucas e colocando Paulo Henrique Ganso. Isso fez a partida se equilibrar, já que o Tricolor perdeu força ofensiva. A Católica, que estava praticamente entregue até o empate, renasceu e foi em busca do gol da vitória. Apesar da maior posse de bola dos chilenos, o São Paulo soube segurar a pressão até o fim.
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