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Esportes Quarta-feira, 01 de Outubro de 2014, 10:00 - A | A

Quarta-feira, 01 de Outubro de 2014, 10h:00 - A | A

Pai de Neymar diz que acordo foi legal e justifica ganho de R$ 6 milhões

O juiz Pablo Ruz, da Audiência Nacional, na Espanha, investiga supostos desvios de valores na transação de Neymar para o futebol espanhol, no ano passado.

Uol

Neymar Santos informou nesta quarta-feira na Corte de Madri que o contrato firmado com o Barcelona foi legal. O pai do atacante recebeu 2 milhões de euros (cerca de 6 milhões) para prestar serviço de olheiro do clube espanhol no Brasil, indicando promessas da base.  Esse valor não foi incluído no montante da transação do Santos para o Barcelona.

O juiz Pablo Ruz, da Audiência Nacional, na Espanha, investiga supostos desvios de valores na transação de Neymar para o futebol espanhol, no ano passado.

De acordo com a agência EFE, além dos 2 milhões de euros recebidos para trabalhar como olheiro, Neymar pai recebeu outros 4 milhões de euros destinados à empresa N&N para trabalhar na promoção da imagem de Neymar.

A Justiça espanhola apura se esse valor repassado para a N&N foi usado para outros fins.  O pai de Neymar negou que o dinheiro foi usado para montar agência da família na Espanha.

No depoimento de cerca de duas horas, Neymar Santos disse que o Real Madrid ofereceu proposta de 150 milhões de euros (R$ 450 milhões). Mas a oferta foi recusada, pois o filho já tinha intenção de fechar com o Barcelona.

Sorridente, Neymar pai chegou ao local carregando uma pasta que continha documentos do polêmico acordo firmado no ano passado.

O juiz interrogará também o diretor financeiro do Barcelona, Néstor Almela, além do ex-presidente do clube, Sandro Rosell, principal alvo da Justiça espanhola.

Rosell perdeu o cargo máximo do Barcelona em virtude das acusações de desvios de valores da transação de Neymar para o clube.

São investigadas várias denúncias de irregularidades na negociação, entre elas de Sandro Rosell se apropriou de parte do valor da transferência sem justificar ao fisco espanhol, cifras que atingiriam 9 milhões de euros (R$ 27 milhões).

Inicialmente, o Barcelona informou que havia pagado 17 milhões de euros para adquirir os direitos de Neymar. Após investigação da Justiça espanhola, o clube catalão admitiu que o valor total era muito maior: 57 milhões de euros. O Santos quer explicação sobre o destino dos 40 milhões.

Mas a negociação movimentou 86,2 milhões de euros (R$ 286 milhões). No entanto, o destino da maior parte desse montante tem gerado enorme controvérsia. Neymar pai admitiu ter recebido 40 milhões de euros (R$ 133 milhões) pelo negócio. De acordo com ele, esse valor foi pago como "adiantamento".

Mas o Santos vê esse recebimento como ilegal, pois esse valor de 40 milhões deveria ser repartido com os detentores dos direitos econômicos (na época o Santos, a DIS e a família de Neymar).

Em janeiro, as autoridades espanholas solicitaram uma cópia do contrato que o jogador tinha com o clube brasileiro.

Em fevereiro, o Santos enviou três documentos solicitados pelas autoridades espanholas: o contrato de transferência do atleta para o Barcelona, a carta de compromisso assinada pelos dois clubes e a transferência, e o Transfer Matching System, registro on line feito na Fifa em transações entre clubes.

Além dos documentos do clube brasileiro, as autoridades espanholas cobraram a Fifa para que a entidade envie o contrato registrado entre Neymar e o Barcelona. A federação internacional se negou a mandar os registros, após o primeiro pedido feito, ainda em janeiro.

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