O médico que atendeu o jovem lutador Gabriel Diniz, de 15 anos, que sofreu um grave acidente enquanto participava de uma competição de jiu-jítsu (veja o vídeo) no início deste mês em Vitória, no Espírito Santo e está sem os movimentos do corpo do pescoço para baixo, disse que não há como estipular um prazo, muito menos definir se o adolescente voltará a ter os movimentos dos braços e das pernas. Segundo o médico José Lucas, não há exames que garantam um prazo para isso.
- Ele já ficou com um quadro tetraplegia no momento da queda mesmo. Tudo o que se está sendo feito é no objetivo de diminuir as lesões medulares. Não há como quantificar o grau de lesão na medula dele. Não existe nenhum exame que comprove o quanto se foi machucado. Só o tempo dirá. A gente fez o que podia para descomprimir e estabilizar a coluna dele. Agora é questão de tempo para saber se ele terá a capacidade de recuperar os movimentos. Não há como dar um prazo", detalhou.
Gabriel está internado desde o dia 4 de agosto em um hospital particular, em Vila Velha. A fatalidade aconteceu no mesmo dia, um domingo, quando o jovem - que ainda é juvenil, mas lutava entre os adultos - disputava as semifinais da segunda etapa do Campeonato Capixaba de Jiu-Jítsu, no Ginásio Jones dos Santos Neves, em Vitória.
O jovem lesionado lutava contra o atleta Wesley Marques, de 19 anos. Inicialmente, a Federação de Jiu-Jítsu do Espírito Santo informou que a idade do adversário que causou a lesão em Gabriel seria 23 anos, porém se corrigiu e afirmou que a idade de Wesley é 19 anos - quatro anos mais.
Primo de Gabriel questiona golpe - O primo de Gabriel, Pablo Fernandes, questionou a legalidade do golpe aplicado pelo adversário do familiar.
- Sabemos que ele não fez por maldade, mas ele agiu com excesso. Por diversas vezes ele tentou tirar o Gabriel do chão. Então ele faz uma força desproporcional, até conseguir tirar parte do corpo do Gabriel e acontecer o choque da cabeça com o chão - disse.
O técnico de Wesley, Fabiano Lemos, porém, afirma que o aluno aplicou um golpe permitido no esporte e classificou o lesão como uma fatalidade. "É um golpe legal, normal na academia. É um movimento que se faz para passar a guarda, mas infelizmente ocorreu essa fatalidade".
Do hospital, Gabriel agradeceu as mensagens de carinho e solidariedade que vem recebendo. "Quero agradecer a todo mundo aí que está rezando, e que eu consiga logo uma vaga para fazer minha reabilitação e voltar logo para os tatames - disse o jovem, que mora em Alegre, Sul do Espírito Santo, e competia pela equipe Caramujo Black House.
Federação se defende - De acordo com Agnaldo Goes, presidente da Federação de Jiu-Jítsu do Espírito Santo (FJJES), mesmo tendo apenas 15 anos, Gabriel Diniz, lutava com frequência entre os competidores adultos. No entanto, o dirigente afirma que, a partir de agora, por conta de orientações da Confederação Brasileira da modalidade, os adolescentes não vão mais poder competir contra atletas da categoria adulto. Ainda de acordo com Agnaldo, o lutador que aplicou o golpe em Gabriel tem 19 anos, quatro a mais que o adolescente.
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