O título da Argentina na Copa do Mundo de 2022 acendeu outra vez o debate sobre quem é o maior jogador de futebol de todos os tempos. O livro "Messiánico", dos jornalistas Sebastián Fest e Alexandre Juillard, que será lançado na Argentina e na Espanha neste mês, coloca Messi acima de Pelé e Maradona.
Um dos argumentos citados pelos autores é que, na final da Copa do Mundo de 2022, havia ruas no Brasil pintadas de azul e branco e uma grande parte da população brasileira torcendo pela seleção argentina.
"Um Brasil Albiceleste: algo impensável nos tempos do Rei (Pelé), ou de D10s (Maradona). Um feito reservado apenas para um Messias", diz o livro, nas frases finais do Capítulo 1, uma das novidades da edição.
"Os brasileiros torceram pra Argentina, em grande parte, por causa de Messi. Há brasileiros que, quando perguntados sobre o melhor da história, dizem que é Messi. Acho que é uma questão de gerações: há muitos brasileiros que não viram Pelé jogar. Por isso, entre Pelé e Messi, há quem prefira Messi", afirma o jornalista argentino Sebastian Fest, um dos autores do livro, à reportagem.
"Messiánico" é uma atualização de "Ni Rei, ni Dios", publicado em 2013. Os novos capítulos contam histórias das Copas do Mundo de 2014, 2018 e do título conquistado no Qatar em 2022. As derrotas seguidas na Copa América (e, claro, o título de 2021) também mereceram páginas na atualização, bem como a saída do Barcelona para o PSG.
O livro praticamente dobrou de tamanho (tem 440 páginas), e uma das histórias mais curiosas é sobre a festa com a taça da Copa do Mundo após o título no Qatar. Durante grande parte da celebração, incluindo algumas das fotos icônicas da celebração de Messi, os jogadores tinham em mãos uma réplica feita por uma artesã argentina.
A primeira edição, "Ni Rei, ni Dios", foi traduzida para italiano, francês e checo. "Messiánico" deve ganhar, também, uma versão em inglês. A obra ainda não tem previsão de tradução para português, mas uma versão para o público brasileiro está nos planos dos autores.
Também está nos planos uma possível atualização depois da Copa do Mundo de 2026. Em diferentes partes do livro, os autores dão como certa a participação de Messi em sua sexta Copa do Mundo. "Estou muito convencido de que ele vai jogar em 2026. Messi nunca teve lesões graves, ele adora jogar futebol e mais ainda na seleção, e se sente muito à vontade, depois de anos sendo criticado", afirma Sebastian Fest.
"MUNDOS DIFERENTES"
"Pelé parou de jogar em 1977, dez anos antes de Messi nascer", lembra Tales Torraga, colunista de futebol argentino do UOL. "É mais que uma diferença de gerações, é uma diferença de mundos. O futebol de Pelé era muito mais violento. O esporte de Messi é de alta tecnologia, mais dinâmico e específico que nunca. Não consigo levar adiante nenhuma comparação entre os dois."
"Messi me impressiona por treinar hoje na Argentina com jogadores que nem eram nascidos quando ele estreou na seleção", segue Torraga. "Persistir cinco Copas até ganhar uma, e jogar tão bem depois de tanto tempo, diz mais do que compará-lo com quem quer que seja."
"O livro [Messiánico] é bom demais, daqueles que você começa e não para. Parece mesmo ficção. O jogador que apanhava e levava cusparada da torcida argentina virou o esportista mais badalado do mundo, e com um sorriso de realização que jamais vi em nenhum outro atleta, seja qual for o país ou a modalidade."
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