A Justiça determinou a penhora de parte do salário do técnico Vanderlei Luxemburgo no Flamengo para pagamento de uma dívida com o ex-jogador e comentarista Edmundo. Pela decisão, o clube terá de depositar em juízo a maior parte dos vencimentos do treinador. Nem o técnico, nem seus advogados foram encontrados para falar sobre o tema.
O processo entre Edmundo e Luxemburgo é antigo e refere-se a cheques sem fundos dados pelo comandante rubro-negro para o ex-atleta em um total de R$ 400 mil. Desde 2007, viraram ação judicial de cobrança e se transformaram em R$ 2,8 milhões em débitos, já que pouco foi obtido com penhoras e houve juros. Fracassou uma tentativa de acordo entre as partes no segundo semestre de 2014.
Por isso, no início de outubro, advogados do ex-jogador entraram com um pedido de penhora dos salários ou recebimentos do treinador que excedessem 150 mínimos (R$ 108 mil). Como seus vencimentos giram em torno de R$ 300 mil, isso significaria retenção de cerca de R$ 200 mil.
O pedido alega que Luxemburgo frauda a execução desde 2007, pois nunca há dinheiro em sua conta ou na da sua empresa WL Sports. A Justiça já determinou quatro vezes a penhora de salários do treinador, no Grêmio, no Fluminense e no próprio Flamengo. Em todas as ocasiões, a decisão chegou tarde demais pela morosidade judicial e Luxemburgo já tinha sido demitido.
Desta vez, a penhora ocorreu em 12 de novembro, determinada pela juíza Simone Chevrand, da 25a Vara Cível. O departamento jurídico do Flamengo, no entanto, informou ainda não ter sido intimado da decisão, nem ter conhecimento do caso que é pessoal do treinador.
O advogado de Edmundo, Luiz Roberto Leven Siano, reclamou da Justiça pela demora em emitir um mandado com este fim. “Estaremos aguardando o Flamengo ser intimado na pessoa de seu representante legal e o descumprimento pode levar a sanções civis e penais ao Flamengo e seu presidente'', afirmou o advogado.
O representante de Edmundo quer verificar declarações de renda da mulher de Luxemburgo, dele e do clube para saber se há alguma fraude no pagamento ao treinador por meio de caixa dois. Como o time rubro-negro sequer foi intimado da decisão, não há como ter cometido nenhuma irregularidade até o momento. A atual diretoria do Flamengo tem cumprido sentenças judiciais.
O blog procurou o advogado de Luxemburgo Alexandre Barreira de Oliveira durante a tarde inteira sem que seus telefones funcionassem. A assessoria de imprensa do técnico informou que tinha dificuldade para encontrá-lo. Por meio de nota, nesta terça-feira, o treinador informou que continua no time rubro-negro até o final de 2015, recusando sondagem do Internacional. Desta vez, a penhora foi determinada antes de sua saída do clube.
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