Foram 207 dias longe de São Januário. Do dia 17 de dezembro de 2012, quando foi anunciado oficialmente pelo New York RB, até esta manhã de 12 de julho, Juninho esteve distante da torcida vascaína, que ficou dividida entre a compreensão e o desgosto pela maneira como um dos maiores ídolos da história do Vasco deixou o clube. Com críticas duras à administração e ao ambiente político, o eterno Reizinho, sete meses depois de uma mal-sucedida passagem pelo futebol americano, já ganhou imediamente de volta o carinho de alguns torcedores quando se desligou do New York RB. Em novo contrato, que será assinado nesta manhã de sexta-feira, Juninho vai receber até o fim do ano um salário mínimo (R$ 678), mais as parcelas mensais da dívida de mais de R$ 500 mil de sua última passagem por São Januário. Também está prevista uma premiação por metas alcançadas, que ainda serão definidas.
A volta de Juninho foi rápida, "sem novela", como imaginava o diretor executivo de futebol Ricardo Gomes. Desde o primeiro contato houve o interesse mútuo. Na conversa esta semana, o Vasco chegou a propor um contrato de um ano com o meia de 38 anos. Mas Juninho preferiu assinar somente até o fim do ano. Em dezembro, no fim da temporada, o jogador vai avaliar se segue jogando ou se se aposenta. Juninho já tem proposta para trabalhar como comentarista na Copa do Mundo do ano que vem no Brasil e pode usar o tempo até o Mundial para se preparar para a função. Mas também não descarta, se estiver se sentindo bem fisicamente, jogar o Carioca ou, quem sabe, uma Libertadores da América - apesar de não estar entre os favoritos para a vaga no Brasileirão, o Vasco pode se classificar pela Copa do Brasil. Por enquanto ainda não foi discutida nem imaginada uma partida de despedida para o camisa 8 vascaíno.
No novo contrato, Juninho e o Vasco acertaram o reparcelamento da dívida do clube com o jogador. No último compromisso, que causou polêmica e motivou reclamações do jogador pelo vazamento das informações, Juninho recebia (R$ 50 mil) por partida, mais uma bonificação por gols marcados. Dessa vez, o meia repete o contrato de sua volta ao futebol brasileiro em 2011, com salário mínimo e metas a serem definidas. As partes combinaram que a dívida será paga quando o clube começar a se reorganizar financeiramente. Ou seja, assim que os acordos para reorganização das dívidas tributárias sejam rearrumados e, em consequência disso, os patrocinadores entrem com receitas no caixa vascaíno.
Juninho também deixou claro que não vai ser possível jogar todas as partidas no ritmo intenso e de muitas viagens como é disputado o Brasileiro. A ideia é combinar com a comissão técnica o melhor aproveitamento do jogador, que fez um ótimo primeiro turno, classificado entre os melhores jogadores do Brasileiro de 2012, mas depois caiu na reta final, junto com o time.
Com todas as arestas ajustadas, o objetivo é que a última fase da carreira de Juninho, que já deve sentir novamente o carinho dos vascaínos no treino desta sexta-feira, seja sem polêmicas. No fim do ano passado, o Reizinho manifestou preocupação com o nível do time para este ano, mas gostou do planejamento que a direção do futebol e a diretoria do clube o apresentaram.
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