Usar o esporte como válvula de escape para problemas é algo bem comum, mas para Kay Hansen, ex-lutadora do UFC, a prática das artes marciais foi muito além. Num post no Instagram nesta semana para divulgar um minidocumentário, a lutadora de 23 anos se abriu sobre um trauma que passou durante a adolescência: o abuso sexual cometido pelo próprio pai.
Meus sucessos e lutas estão sob os olhos do público há muitos anos, mas todo mundo tem uma história nos bastidores. Fui estuprada e abusada sexualmente por meu pai quando adolescente durante anos. Lutar e treinar era minha fuga e a única forma de realidade sobre a qual eu realmente tinha controle.
O projeto de vídeo de 23 minutos, chamado "Diário", criado pela equipe de Jorge Barbosa, Cynthia Vance e Mark Johnston, entre outros, em conjunto com o Invicta FC, foi lançado na última terça-feira. O documentário relembra uma jornada angustiante e emocional que levou Hansen a se separar de seu pai. O filme mostra ainda como os esportes de combate foram importantes para trazer a Hansen um alívio emocional para conseguir seguir adiante.
- Nunca falei sobre o abuso que sofri devido ao medo das repercussões que podem ocorrer. Eu conto minha história não para "ajudar as pessoas a me conhecerem", mas para usar a plataforma que meu esporte me deu para inspirar coragem em alguém que está, ou já esteve, numa situação semelhante. O abuso sexual é muito comum, mas muitas vezes varrido para debaixo do tapete. Você não precisa passar por isso sozinho. Você merece paz e justiça. Sempre há uma luz no fim do túnel.
A atleta americana tem um cartel com sete vitórias e seis derrotas. Ela fez sua última luta há um ano, em abril de 2022, quando perdeu pela terceira vez seguida no UFC. Sua única vitória na organização foi contra Jinh Yu Frey, na estreia no Ultimate. Apesar de ter assinado contrato com o Invicta FC, Kay Hansen ainda não estreou na organização exclusiva para mulheres.
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