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Esportes Terça-feira, 23 de Dezembro de 2014, 09:56 - A | A

Terça-feira, 23 de Dezembro de 2014, 09h:56 - A | A

Em ofensiva no Brasil, Fifa investiga saída de zagueiro do Corinthians

Investigação é em relação à transferência do zagueiro Cléber do Corinthians para o Hamburgo

Uol.com

Juntamente com a proibição de investidores em direitos de jogadores, a Fifa iniciou uma ofensiva para punir clubes por transferências que não têm fim esportivo, isto é, quando um time serve apenas de ponte para grupos ganharem dinheiro. O Brasil virou um dos focos de atenção da entidade.

Tanto que já existe uma investigação em curso em relação à transferência do zagueiro Cléber do Corinthians para o Hamburgo. Outra apuração é em relação aos negócios do Coimbra Esporte Clube, que, como mostrou o blog, é um clube de terceira divisão de Minas Gerais que tem mais de R$ 50 milhões em atletas por ser hospedeiro do fundo do BMG.

Há vários artigos do Estatuto de Transferência de Jogadores da Fifa que regulam esse tipo de negócio e, por exemplo, proíbem que terceiras partes tenham influência nas decisões de um clube sobre transferências. Há ainda obrigatoriedade de os times informarem sobre todos os pagamentos a agentes, e a times, sob o risco de punição.

E há uma repressão a clubes de fachada que atuam apenas como hospedeiros de jogadores tanto que um time uruguaio foi punido por atuar como intermediário sem fins esportivos. A agremiação foi impedida de realizar transferências por duas janelas. Gigantes argentinos que receberam os atletas foram multados.

No caso da saída de Cléber o que chamou a atenção da Fifa foi o fato de o Corinthians ter ficado com o jogador por alguns meses e não ter recebido nada na transferência. Dos direitos do zagueiro, 80% pertenciam a Elenko Sports, do conselheiro corintiano Fernando Garcia, outros 10% a um empresário e o restante ao atleta. O time alvinegro ficou de mãos abanando. A Fifa já requisitou à CBF a documentação da negociação.

No caso do Coimbra, o que chama atenção é o grande número de jogadores registrados que nunca atuaram de fato pelo time. São atletas que estiveram distribuídos por equipes brasileiras e estrangeiras, o que incluiu até convocados para a seleção brasileira como Oscar. Corinthians e Atlético-MG tinham muitos negócios como o clube mineiro.

O blog questionou a Fifa sobre ambas as investigações. A entidade, no entanto, respondeu que não poderia falar sobre apurações em andamento, nem sequer confirmar se havia procedimento em curso. O Corinthians foi procurado pela reportagem, mas não respondeu se já tomou conhecimento da investigação. Nenhum representante do Coimbra foi encontrado.

Qual a possível consequência de uma investigação? Se a Fifa perceber que houve uma simulação, os clubes podem ser punidos com multas ou proibição de contratar e negociar jogadores por janelas de transferência. O departamento de transferência da Fifa (TMS) realiza a investigação e manda para o comitê disciplinar que julga em duas instâncias. Em geral, o processo demora uns dois anos.

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