Doze anos após conquistar definitivamente o carinho dos brasileiros, o técnico Luiz Felipe Scolari voltará, a partir de junho, a comandar a Seleção em uma Copa do Mundo. Como em 2002, o objetivo natural continua sendo o título. Os desafios e obstáculos, no entanto, são diferentes.
Em 2002, Felipão viajou para a Ásia com um grupo desacreditado, após uma eliminatória tensa que, por pouco, não deixou o Brasil fora da Copa. Por outro lado, Scolari tinha em mãos um time experiente, com craques rodados na Europa como Ronaldo, Rivaldo, Roberto Carlos, Ronaldinho Gáucho e Cafu.
Quando reassumiu a Seleção em novembro de 2011, no lugar de Mano Menezes, Felipão também encontrou uma equipe que não empolgava a torcida. A conquista da Copa das Confederações, no entanto, mudou o panorama. Com um bom futebol, o jovem time de Scolari desbancou a favorita Espanha e levou mais do que o tetracampeonato: conquistou também respeito, admiração e apoio dos brasileiros.
Agora, a menos de dois meses da Copa do Mundo, Felipão tem um desafio distinto do que levou na bagagem para a Ásia em 2002. Mas ele não se enxerga de forma diferente em relação àquela época, apenas com alguns fios de cabelo a menos. O talento sobra, mas a experiência internacional ainda é pouca entre jovens atletas como Oscar, Neymar, Paulinho e Bernard. Segundo as palavras do próprio treinador, a comissão técnica ainda busca uma forma de administrar o excesso de vontade dos jogadores, para que ela não se transforme em afobação e venha a atrapalhar em jogos complicados nas fases decisivas do Mundial.
Essa Seleção de agora é mais jovem. Mas também é boa de trabalhar, tem uma cabeça muito legal, uma dinâmica diferente. A Seleção de 2002 também era ótima. Tinha muita experiência. Experiência que, muitas vezes, fazia com que eles ditassem o ritmo dentro dos jogos. Nós, atualmente, ainda temos dificuldades para nos impormos diante dos adversários em alguns momentos. A vontade, às vezes, é excessiva, e precisamos trabalhar isso – disse Felipão.
Em bate-papo com o GloboEsporte.com, nesta terça-feira, durante um evento de um patrocinador da CBF na Granja Comary, em Teresópolis, Felipão falou sobre os últimos detalhes do planejamento para a Copa, disse já ter a lista de convocados na cabeça e não descartou novidades no dia 7 de maio.
Uma ou duas, no máximo
Sobre Neymar e o momento delicado que o craque vive no Barcelona, o treinador afirmou que o atacante conta com a confiança da comissão técnica e deu a entender que o camisa 10 vem sendo prejudicado pela maneira como é escalado na Espanha.
Sozinho ele não vai ganhar e também não vai perder. Em relação à Seleção, não muda nada. Já falamos com ele e gostamos imensamente do Neymar jogando em uma posição diferente. Ele vai voltar e se apresentar com uma alegria imensa.
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