O ego inflado e a coragem para divergir publicamente do presidente da Fifa, Joseph Blatter, transformaram Cristiano Ronaldo numa espécie ''de novo Maradona''. A exemplo do ex-craque argentino, o jogador português não hesita em bater de frente em público com a entidade, ainda que sem a mentalidade de cerco de Dom Diego, que tinha o hábito de enxergar conspirações da Fifa contra ele.
É sob essa atmosfera que o atacante do Real Madrid chega para a disputa de Bola de Ouro, prêmio que acontece nesta segunda-feira, em Zurique, na sede da entidade máxima do futebol mundial. Ele é o favorito como melhor jogador do mundo em 2013, à frente do argentino Lionel Messi e do francês Franck Ribery.
O problema de Ronaldo com a Fifa é a percepção de que seu dirigente máximo, o presidente Joseph Blatter, carece de imparcialidade no tratamento dispensado ao português e seu principal rival pelo estrelato do futebol mundial, o argentino Lionel Messi. No final de outubro, durante um evento em Oxford, na Inglaterra, o suíço debochou do atacante português, dizendo que ele ''passa tempo demais no cabeleireiro''. Além disso, Blatter cobriuMessi de elogios, classificando-o como ''o filho que todo pai e mãe gostariam de ter''.
A reação de Ronaldo veio sem luva de pelica: por meio do twitter, o jogador do Real Madri desejou uma longa vida ao dirigente "para que ele continue a testemunhar o sucesso de seus jogadores e clubes preferidos''. Em sua página no Facebook, o jogador queixou-se ainda de desrespeito do presidente da Fifa com o futebol português e com seu clube.
O Real Madrid e a Federação Portuguesa protestaram formalmente junto à Fifa e o atacante português insinuou publicamente que poderia boicotar a cerimônia da Bola de Ouro. No caso dos dirigentes lusitanos, o comportamento de Blatter foi definido como inadequado e parcial
Blatter prontamente pediu desculpas. E sua decisão de estender o prazo de votação para a Bola de Ouro, que terminara antes de Ronaldo dar show na segunda partida da repescagem das eliminatórias europeias para o Mundial de 2014, marcando três gols contra a Suécia, foi interpretado também como um afago por parte do presidente.
E num momento em que se espera que o atacante do Real Madrid enfim consiga quebrar o monopólio de Messi na Bola de Ouro, seria uma cena no mínimo interessante ver a linguagem corporal e as expressões faciais tanto de Blatter no momento da entrega do troféu.
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