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Esportes Sexta-feira, 21 de Março de 2014, 09:14 - A | A

Sexta-feira, 21 de Março de 2014, 09h:14 - A | A

Capitão da seleção brasileira em 58, Bellini morre na capital paulista

Bicampeão do mundo, ex-zagueiro teve passagem marcante pelo Vasco. Jogou também por São Paulo e Atlético-PR. Ele sofria de Mal de Alzheimer desde 2011

G1.com

O Brasil perde mais um campeão do mundo. Capitão da seleção brasileira na conquista de sua primeira Copa, em 1958, Bellini morreu nesta quinta-feira (20.03), aos 83 anos, em São Paulo. Há cerca de dez anos, ele sofria de Mal de Alzheimer e vivia entre idas e vindas ao hospital. Internado nesta semana, ele não resistiu. O ex-zagueiro, que nasceu em 7 de junho de 1930, será velado nesta sexta-feira no salão nobre do estádio do São Paulo, no Morumbi. À noite, o corpo será levado para Itapira, sua cidade natal no interior de São Paulo, onde será enterrado, no sábado.

- Na Copa de 58, ele foi um dos jogadores que me deu muitas orientações, porque era um dos mais experientes. Eu tinha 17 anos, era muito jovem e tudo para mim era novidade. É uma perda muito grande para o futebol brasileiro - disse Pelé após receber a notícia.

Hideraldo Luís Bellini foi quem imortalizou o gesto de levantar a taça de campeão sobre a cabeça. Em 1958, na Suécia, ele era um dos líderes da equipe que encantou o mundo e venceu o time da casa na final por 5 a 2. Zagueiro, ele também esteve na conquista do bi, em 1962, no Chile, e no Mundial de 1966, na Inglaterra.

- Um grande amigo, excepcional jogador, líder, grande capitão. Foi o primeiro a erguer a taça de campeão mundial, um gesto que depois todos repetiram no Brasil e no Mundo. Foi um zagueiro de grande vigor físico, excepcional no jogo aéreo, firme por baixo. Não tinha uma técnica apurada, como Mauro Ramos de Oliveira ou Ramos Delgado,mas compensava com vigor fisico extraordinário. Exercia forte liderança. Nasceu para ser capitão, líder e para jogar futebol - afirmou Pepe, também bicampeão mundial em 1958 e 1962.

Bellini começou sua trajetória no futebol em 1946, na sua cidade natal. Por lá, ele jogou pela Sociedade Esportiva Itapirense. Três anos depois, o ex-zagueiro se transferiu para a Esportiva Sanjoanense, time no qual permaneceu até 1951. Um ano depois, acertou transferência para o Vasco da Gama.

No Gigante da Colina, Bellini ficou por 11 anos e conquistou três títulos estaduais (1952, 1956 e 1958). A passagem do ex-jogador pelo Vasco foi tão marcante que até hoje muitos torcedores e especialistas colocam seu nome entre os maiores jogadores de todos os tempos do clube. Após mais de uma década no Rio de Janeiro, ele se transferiu para o São Paulo.

Bellini, no entanto, não pegou uma época das mais gloriosas no Tricolor paulista. Com o estádio do Morumbi em fase de construção, não havia muito investimento no futebol. Resultado: o campeão do mundo não conquistou nenhum título pelo clube. Seu destino, então, foi o futebol paranaense. Pelo Atlético-PR, ele encerrou a carreira em 1969. Também sem conquistas.

- Céu está cada dia mais campeão. O querido Bellini foi levantar a Taça pra Deus. Descanse em paz. Você é eterno - escreveu o ex-atacante Dadá Maravilha em uma rede social

Com a morte de Bellini, apenas sete campeões de 1958 estão vivos atualmente: Zito, Zagallo e Pepe (os três também foram bi em 1962), Pelé (vencedor ainda em 1962 e 1970) e Dino Sani, Moacir e Mazzola.

Os outros ex-jogadores do primeiro título mundial que já faleceram são Gylmar, Nilton Santos, Castilho, De Sordi, Djalma Santos, Oreco, Mauro, Orlando, Zózimo, Didi, Dida, Garrincha, Vavá e Joel.

Estátua no maracanã

É natural até hoje que as pessoas que frequentam o Maracanã, no Rio de Janeiro,  marquem encontro na estátua do Bellini. Ao contrário do que muitos pensam, no entanto, o monumento não é em homenagem ao ex-zagueiro do Vasco, mas sim aos campeões mundiais de futebol. O rosto da estátua, por sinal, não tem nada a ver com o do bicampeão do mundo.

A confusão ocorre porque a imagem representada na estátua está segurando uma taça acima da cabeça e também uma  bola com a outra mão. Imaginou-se, então, que poderia ser Bellini ali representado. Documentos da época informam que o rosto da estátua pode ser do cantor Francisco Alves ou do jornalista Hamilton Sbarra. Mas não há confirmação.

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