O deputado estadual e candidato à reeleição, Wilson Santos (PSD), durante entrevista ao programa No Ar, conduzido pelo jornalista Geraldo Araújo, na quarta-feira (14.09), afirmou que a Assembleia Legislativa precisa de deputados comprometidos com o desenvolvimento do Estado, o desenvolvimento sustentável, que respeite o meio ambiente.
Wilson enfatizou que o Estado precisa de deputados que enfrentem os poderosos que desejam privatizar os rios de Mato Grosso. Santos classificou que o conjunto de 133 pedidos para construção de 133 usinas hidroelétricas somente na bacia do Alto Paraguai, é inacreditável e surreal. “Alguém precisa fazer esse enfrentamento, tem que ter coragem de dizer para esses poderosos – alto lá cara-pálida, dinheiro não é tudo, vocês não vão privatizar os rios de Mato Grosso - Alto lá”.
O deputado disse que a questão do Rio Cuiabá traz várias reflexões, a primeira é a desconexão que o empresariado local e nacional tem relação a novas matrizes de energia, frisando que eles estão ainda vivendo no século XIX ou XX, presos a valores que já estão ultrapassados.
Wilson ressaltou que hoje as matrizes energéticas mais recomendadas são a eólica, o gás natural e, principalmente, a energia solar. Santos deu como exemplo a Europa, onde já existe extinção e fechamentos de usinas hidroelétricas. Segundo o deputado, a energia solar não faz barragens no rio, não desaloja ribeirinhos, não impacta de maneira profunda o estoque pesqueiro e não precariza a qualidade da água.
“Nós temos em Mato Grosso 10 sóis para cada mato-grossense e ainda há um grupo de empresários cuja a cabeça é destruir os rios, desalojar milhares de famílias e prejudicar justamente o abastecimento de água no Pantanal”.
O Projeto de Lei nº 957/2019, que proíbe a construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) em toda extensão do Rio Cuiabá, de autoria do deputado Wilson Santos, foi aprovado em maio de 2022 e sancionado pelo governador Mauro Mendes (União) em 31 de agosto. Leia matéria relacionada - ALMT aprova projeto que proíbe construção de centrais elétricas no Rio Cuiabá
Após veto derrubado, Mendes sanciona lei que proíbe construção de PCHs no Rio Cuiabá
Ainda, durante a entrevista com o jornalista Geraldo Araújo, Wilson afirmou ser um político vocacionado, que se dedica com exclusividade para suas atividades políticas e sua maior motivação é fazer o que gosta - "aqui não tem meia-boca, amo o que faço e faço com prazer".
Questionado se a acredita que o parlamento está perdendo sua essência devido aos políticos sem talento e capacidade de discutir projetos relevantes, Santos disse que o parlamento nos três níveis municipal, estadual e nacional vem perdendo muita credibilidade nas últimas décadas.
O deputado afirmou que os debates desapareceram, e as Instituições e as Organizações não Governamentais estão assumindo determinadas bandeiras, fazendo o papel que o parlamento deveria fazer.
"O parlamento está se tornando num balcão de negócios da maioria de seus membros. Hoje existem políticos que se elegem por vaidade, interesses econômicos financeiros, ter acesso a informações privilegiadas, mas para o debate que é justamente a natureza do parlamento, isso tem cada vez acontecido em menor intensidade”.
O candidato à reeleição concluiu que é lamentável a decadência do parlamento brasileiro, assim como é lamentável esse caminho, esse processo histórico e discreto que passa os parlamentos do país.