“Governo mal avaliado tem dificuldade de ser reeleito”, avaliou Maurício Moura, A ponderação feita ao , nessa quarta-feira (05.10), é referente ao segundo turno das eleições, que tem como protagonistas o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula (PT).
Questionado pela reportagem do , sobre qual a possibilidade de Bolsonaro reverter o alto índice de rejeição, Moura afirmou que é difícil, porque a rejeição do presidente tem muito a ver com a postura pessoal dele - e a arrogância durante todo seu Governo.
Perguntado sobre o quanto os governadores eleitos que declararam apoio a Bolsonaro irão conseguir migrar votos ao presidente, o professor disse não acreditar que o apoio dos governadores seja suficiente. “Na verdade, ele precisaria conquistar os votos da abstinência e votos em brancos, por exemplo.”
Indagado sobre qual camada da sociedade brasileira mais sofreu com a economia e a pandemia no Brasil, Maurício foi categórico: “As camadas que mais sofreram foram as que estão na linha da pobreza e para baixo”.
As camadas que mais sofreram foram as que estão na linha da pobreza e para baixo.
Sobre a possibilidade de reeleição de Jair Bolsonaro, o professor disse que é possível, mas é preciso uma mudança de postura do presidente, porque muitas coisas positivas foram construídas, mas praticamente ficaram abafadas pela postura ‘boquirrota’ de Bolsonaro. Outro fator, segundo o professor, é buscar reverter os votos brancos, nulos e dos abstinentes.
Maurício Moura já apontava que haveria uma polarização entre Lula e Bolsonaro, e que uma terceira via poderia “vingar” se houvesse apenas uma. “A diferença das eleições de 2022 em relação às eleições de 2018 é que o eleitor tinha o Bolsonaro como o antissistema, o antipolítico, e os eleitores foram às urnas naquela oportunidade para punir os políticos e deram a vitória a Bolsonaro. Neste pleito, Bolsonaro vai à reeleição com uma avaliação negativa, uma gestão mais reprovada do que aprovada, por isso Lula se torna viável”, explicou.
Para ele, existe ainda um contingente enorme de pessoas que reprovam o PT e não querem Lula de volta. Mas também não aprovam Bolsonaro. “Historicamente, governos mal avaliados têm dificuldades de serem reeleitos. Bolsonaro parte de um patamar inferior ao de todos os presidentes reeleitos (Fernando Henrique, Lula e Dilma) em seus primeiros mandatos. Porém, quem vencer será por uma margem muito apertada”, afirmou o professor.
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