O deputado federal Romário (PSB-RJ) voltou a criticar nesta terça-feira o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Organizador da Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman. Em um pronunciamento publicado em seu site, o ex-jogador de futebol pediu uma investigação sobre as contas das duas entidades presididas por Nuzman. Também relevou supostas ligações entre um membro do Comitê Olímpico Internacional (COI) e a empresa detentora dos direitos sobre a venda de ingressos dos Jogos Olímpicos de 2016, que serão realizados no Rio de Janeiro.
Romário informou que nos próximos dias apresentará uma proposta de fiscalização e controle à Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados para que sejam auditadas as contas do COB e do Comitê Rio-2016. Disse também que quer que Nuzman seja ouvido na Câmara para esclarecer o furto de documentos do Comitê Organizador dos Jogos de Londres por funcionários da Rio-2016.
Essa é a segunda vez em menos de uma semana que Romário critica o presidente do COB e do Comitê Rio-2016. Depois de o Blog do Juca, do UOL Esporte, revelar o incidente em Londres, o deputado federal divulgou uma carta aberta pedindo a intervenção da presidente Dilma Rousseff no comitê da Olimpíada do Rio.
O incidente ocorreu durante programa de intercâmbio entre funcionários da Rio-2016 e de Londres-2012, nos Jogos Olímpicos deste ano. Os ingleses descobriram o furto e cobraram os brasileiros, que demitiram nove funcionários envolvidos na questão. Na quinta-feira, Nuzman, eximiu o comitê de qualquer responsabilidade e disse que o caso estava encerrado.
Nesta terça-feira, Romário voltou a pedir que o governo federal interfira no Comitê Rio-2016 e também no COB. Disse que as verbas federais destinada ao COB devem estar condicionadas à alternância de presidentes na entidade.
"Mais do que nunca, é preciso que a Presidenta Dilma e o Ministro Aldo Rebelo [ministro do Esporte] se mantenham firmes e não recuem da decisão de só repassar recursos públicos a entidades que modernizarem seus estatutos e limitarem os mandatos dos seus dirigentes. Essa é uma tendência mundial", defendeu o deputado.
O COB é presidido por Nuzman desde 1995. Na próxima sexta-feira, ele é candidato único na eleição para presidente do COB. Portanto, deve permanecer no cargo até 2016.
Já sobre as suspeitas de favorecimento de empresas a respeito do direito da venda de ingressos para a Rio-2016, Romário disse que "soube por fonte segura" que o filho de Patrick Hickey, membro da Diretoria Executiva da organização e do Comitê de Coordenação que acompanha a organização dos Jogos do Rio de Janeiro, trabalha para em uma subsidiária da empresa que venderá os blihetes para as competições realizadas no Brasil.
"Um dos amigos do Sr. Nuzman no COI, pelo que me consta, é o Sr. Patrick Hickey, irlandês, membro da Diretoria Executiva da organização e do Comitê de Coordenação que acompanha a organização dos Jogos do Rio de Janeiro", afirmou o deputado. "Eu soube de fonte segura que o filho dele trabalha numa subsidiária da empresa que ganhou, pela mão do Sr. Hickey, o direito de vender ingressos para os Jogos Olímpicos de 2016."
Romário ainda disse que Hickey estaria envolvido irregularidades em vendas de ingressos para competições de outras edições dos Jogos Olímpicos. Essas suspeitas estariam sendo apuradas pela Comissão de Ética do COI. O deputado disse também que gostaria de ouvir Hickey na Câmara de Deputados para que ele pudesse esclarecer essas suspeitas.
O COB e o Comitê Rio-2016 foram procurados pelo UOL nesta tarde para comentarem o pronunciamento de Romário. Até agora, os dois órgão ainda não se pronunciaram.