A Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB/MT) e o Conselho Regional de Engenharia do Estado (CREA/MT) deve se reunir nesta quarta-feira (03.08) para discutir quais providências devem ser tomadas em relação às obras da Copa, no sentido de tentar não trazer mais prejuízos à sociedade.
A reunião entre as duas entidades ocorre devido às fortes chuvas dessa segunda-feira (01.08) terem provocado a queda de parte do teto da nova estrutura da ala de desembarque do Aeroporto Internacional Marechal Rondon em Várzea Grande.
Na busca de encontrar soluções para os problemas que vem sendo apresentado nas obras, a OAB/MT e CREA já solicitaram ao Ministério Público Estadual (MPE) e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE/MT) cópia dos projetos que foram sonegados pela Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa).
O presidente da OAB/MT, Maurício Aude, lamentou o ocorrido e disse estar decepcionado com as obras da Copa. “Toda a sociedade enfrentou ruas e avenidas interditadas por anos, as obras demoraram a começar e inúmeros foram os problemas detectados, todos solucionados paliativamente e agora, infelizmente, estamos começando a colher os frutos da falta de planejamento dos órgãos responsáveis pela execução das obras”, declarou o advogado.
Aude acrescentou que é inadmissível o que está acontecendo com as obras que estão apresentando apenas problemas, por exemplo, como a do viaduto da Secretaria de Fazenda (Sefaz), interditado antes de ser inaugurado por problemas no asfalto. “Agora resolveram interditá-lo até o final do ano para novas avaliações por ter apresentado fissuras em sua estrutura, mas não se vê gente trabalhando nele. Será que vão esperar uma tragédia acontecer para tomarem providências?”, questionou.
Ainda segundo o advogado existe a paralisação de outras obras, como da Trincheira Santa Rosa - após notificação feita pelo Ministério Público Estadual -, por falta de segurança em relação aos trabalhadores e usuários.
“A OAB/MT, CREA e CRC se uniram e impetraram mandado de segurança pedindo a documentação de todas as obras, nossa Comissão de Fiscalização dos Gastos Públicos também participou conosco de reunião no Tribunal de Contas do Estado (TCE/MT) reiterando a importância de ter um representante de cada entidade nas fiscalizações das obras, o CREA emitiu diversos pareceres e opiniões sobre a necessidade de reparos em algumas obras quando ainda estavam sendo executadas. O dinheiro público deve ser bem empregado, precisamos de obras decentes, de qualidade. Do jeito que está, fico me perguntando o que pode acontecer quando as obras do VLT, que ultrapassaram R$ 1 bilhão, ficarão prontas. É preciso uma fiscalização mais rigorosa por conta do alto investimento. Estamos atuando no sentido de tentar encontrar uma solução para os problemas que todos nós estamos enfrentando com essas obras, as quais, se tivessem sido executadas desde a escolha de Cuiabá como cidade-sede, deveriam servir de exemplo para outras capitais do país”, finalizou o presidente da OAB/MT.