A cinco dias de Chile x Austrália, primeiro dos quatro jogos da Copa de 2014 que serão realizados na capital mato-grossense, a estrutura local passa longe de estar pronta. O município vai entregar menos de 40% das intervenções prometidas para o Mundial, e nesta semana o governo estadual adiou a entrega de seis projetos, incluindo a ampliação do aeroporto Marechal Rondon. O atraso também irritou a Fifa, que vetou o COT (Centro Oficial de Treinamento) de Barra do Pari para o início da competição.
O projeto de Cuiabá para a Copa do Mundo contempla dois COTs: Barra do Pari e UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso), que também está com obras atrasadas, mas poderá ser usado no início do torneio a despeito desse panorama. Nenhum dos aparatos ficará pronto para o torneio.
A situação de Barra do Pari, porém, é mais complicada. O COT, cujo prazo inicial de conclusão era outubro do ano passado, foi entregue à Fifa na semana passada com menos de 70% de obras feitas. O equipamento tem custo estimado de R$ 26 milhões.
Sem poder usar a Barra do Pari, Cuiabá montou um plano B para a primeira rodada da Copa: fazer com que Chile e Austrália treinassem na UFMT, mas em horários diferentes. No entanto, o revezamento não será necessário porque as duas seleções chegarão à cidade mato-grossense apenas na noite de quarta-feira. No dia seguinte, véspera do jogo, ambas farão reconhecimento de gramado na Arena Pantanal.
A versão da Secopa-MT é que a programação de Chile e Austrália já estava pronta antes de o COT da Barra do Pari ser vetado. A secretaria ainda tenta obras emergenciais no aparato para viabilizar o uso antes de Rússia x Coreia do Sul, que está marcado para 17 de junho e será o segundo jogo da Arena Pantanal na Copa.
O problema de Cuiabá é que a Barra do Pari não encerra as preocupações pré-Copa da cidade. Aliás, ao contrário: a cidade entregou apenas 19 das 56 obras que havia programado para o Mundial (33,92%). Na última quinta-feira (05.06), em aditivos publicados no DOE (Diário Oficial do Estado), o governo de Mato Grosso admitiu que seis intervenções no município serão entregues apenas depois da competição.
O Aeroporto Marechal Rondon, por exemplo, agora tem previsão de ser entregue em agosto. O aditivo de quinta-feira é o sexto no projeto do aparato – até esta semana, o governo ainda falava em concluir a ampliação em junho.
A construção de um viaduto em Várzea Grande e a abertura de uma avenida nas imediações da UFMT também foram postergadas. No primeiro caso, para julho. No segundo, até outubro.
O governo ainda adiou a revitalização do córrego 8 de abril e da avenida com o mesmo nome. A obra já seria concluída apenas no início de julho, mas o término foi jogado para agosto.
Por último, os aditivos do DOE falam sobre os COTs. Os dois devem ser concluídos apenas em agosto, o que reforça a ideia de que a UFMT será usada mesmo sem estar pronta.
A projeção feita pelo governo foi reforçada na sexta-feira (06.06), por um relatório do TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Mato Grosso. O levantamento apontou situação muito complicada nos COTs de Cuiabá.
Segundo o relatório do TCE, a Barra do Pari tinha apenas 60% de conclusão até 21 de abril. Dessa data até 12 de maio, houve evolução de 5%. A UFMT avançou o dobro no mesmo período, mas também chegou a apenas 70% na segunda data.