O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Valdeir Pereira, disse nessa quinta-feira (26.01) em entrevista ao que a comunidade escolar está indignada com a decisão da Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT) de anular o resultado da votação reprovou a militarização da Escola Estadual Adalgisa de Barros, em Várzea Grande.
Segundo ele, a Seduc-MT não está prevalecendo com a democracia, assim como no ato que aconteceu em Brasília, onde não aceitaram o resultado de uma votação democrática.
“O que nos causa muita indignação, e até revolta por parte dos trabalhadores da educação, é que a democracia não está sendo observada e nem está prevalecendo. A Seduc, de uma forma truculenta, atende o pedido daqueles que não tem nenhum tipo de interesse no princípio democrático, os mesmos que apoiaram a barbárie que aconteceu em Brasília no dia 8 de janeiro, e que não aceitam o resultado legítimo, para deixar a escola sossegada, trabalhando em paz”, afirmou o presidente do Sintep-MT.
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Valdeir declarou que o lugar da Polícia Militar é nas ruas, defendendo a população, pois é para isso que foram treinados, mas, que a corporação deixou de cumprir seu papel para participar da audiência.
“A nossa grandiosa Polícia Militar tem um papel fundamental, e enquanto estavam aqui tentando militarizar a escola Adalgisa, em Cuiabá, estava ocorrendo crimes, e a PM não estava presente. Queremos a PM nas ruas, pois é para isso que foram treinados”, disse.
O sindicalista criticou a postura da Secretaria de Estado de Educação de proibir a participação dos estudantes na votação na audiência, já que os alunos do ensino médio participam de democracia brasileira, podendo escolher os gestores do país.
“Outro ponto que é muito ruim é que os nossos estudantes do ensino médio votam para presidente, deputados, senadores, para prefeito e vereadores, mas por incrível que pareça, de uma forma truculenta, a Secretaria de Estado de Educação forja uma normativa, sem nenhum tipo de discussão, para que os estudantes não participem na escolha de que tipo de escola que eles querem estudar”, concluiu.
Valdeir Pereira também pontuou que as escolas com a doutrina militar deixam de atender a Educação de Jovens e Adultos (EJA), principalmente no ensino noturno, que atende adultos e idosos que não concluíram o ensino, e também pessoas com deficiência (PcD). Ele defende ser necessário atender toda essa população.
“Um ponto bastante controverso, que por via de regras, as escolas militarizadas deixam de atender a Educação de Jovens e Adultos (EJA), e a Adalgisa é uma escola com o ensino noturno, que atende o jovem que trabalha e só consegue estudar no período noturno, e também tem uma política específica para as pessoas com deficiência. Nós já tivemos uma escola próximo daqui que foi fechada, que era o Centro de Educação de Jovens e Adultos, e aqui não estará garantida a matrícula desse jovem, desse trabalhador ou até mesmo do idoso que durante esse período quer aprender a ler, escrever, para ler a Bíblia, para ir ao culto, para ter acesso às tecnologias, WhatsApp e tudo mais”.
Ainda segundo o presidente do Sintep, a Seduc ainda não nomeou um novo diretor para a escola, na véspera do início do ano letivo, e que desta forma, os estudantes e professores da unidade ficam incertos sobre o que vai acontecer, já que a escola permanece sem essa figura central.
“A Secretaria de Estado de Educação sequer nomeou o diretor dessa unidade escolar às vésperas do início do ano letivo, gerando muita incerteza por parte dos nossos estudantes e também por parte dos nossos trabalhadores, porque o chefe imediato, o qual é o diretor, a figura central, neste momento, não tem aqui nesta escola, por omissão da Seduc. Nós esperávamos que ao invés de publicar a vergonha que foi não aceitar o resultado, o nosso secretário, que nesse momento é o Amauri Monge, tivesse feito a nomeação do diretor, e hoje os trabalhadores já estivessem aqui recebendo-o na escola, e se organizando para iniciar um ano letivo com a devida tranquilidade e sossego”, finalizou.
Outro Lado - O entrou em contato com a assessoria da Seduc, que respondeu que as razões legais para a anulação estão expostas na portaria, que já responde ao representante do Sintep. "Estão embasadas legalmente, conforme descrito no início e no decorrer do texto oficial."
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