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Cidades Quarta-feira, 12 de Novembro de 2014, 08:00 - A | A

Quarta-feira, 12 de Novembro de 2014, 08h:00 - A | A

PRONTO-SOCORRO VG

Sindimed aponta possível superfaturamento de R$ 6 milhões em contrato da Prefeitura de VG com empresa terceirizada

“Esse contrato com a Prefeitura precisa ser revisto", diz presidente do Sindimed

por Lucione Nazareth / VG Notícias

A terceirização dos serviços de urgência e emergência do Pronto-Socorro de Várzea Grande, para a empresa Guarujá Serviços Médicos, pode estar superfaturada em quase R$ 6 milhões, conforme denunciou o Sindicato dos Médicos do Estado de Mato Grosso (Sindimed) à reportagem do VG Notícias.

De acordo com a presidente do Sindimed, Eliana Maria Siqueira, a empresa Guarujá Serviços Médicos está recebendo quase 100% a mais em cima dos médicos que contratados para prestar os serviços na unidade de saúde.

Conforme ela, o município está pagando por mês R$ 20 mil para cada médico contratado pela empresa. Desse valor, apenas R$ 7 mil é repassado para os profissionais e os outros R$ 13 mil ficam com a empresa.

Segundo a presidente do Sindicato, somando os 30 médicos - que estão previstos no contrato -, o município desembolsa R$ 600 mil para pagar o profissionais, sendo que R$ 210 mil são de fato repassado aos profissionais, enquanto a Guarujá Serviços Médicos fica com R$ 390 mil, ou seja, 65% do valor pago pelo município. No final dos 12 meses do contrato, os médicos devem receber R$ 2, 520 milhões, enquanto a empresa ficará com R$ 5, 912 milhões.

Outro fator agravante é que a empresa fatura por mês, conforme o contrato junto a Prefeitura, R$ 702 mil pela prestação do serviço, somando os valores, além dos R$ 390 mil em cima do salário dos médicos, a Guarujá recebe ainda mais R$ 102 mil “livres” da Prefeitura, totalizando um valor de R$ 492 mil por mês.

“Esse contrato com a Prefeitura precisa ser revisto. O município e os profissionais médicos não estão ganhando com ele, apenas perdendo”, declarou Eliana.

Direitos Trabalhistas – A presidente do Sindimeddenúncia que a empresa não “oferece” nenhum tipo de direito trabalhista aos médicos, como seguro-desemprego, 13º salário, férias e INSS.

“O médico precisa tirar dinheiro do seu salário para contribuir com a previdência. Além disso, ele já sabe que não terá direito as férias, ou seja, trabalhar e trabalhar”, enfatizou Eliana.

Conforme ela, por conta da falta dos direitos trabalhistas vários médicos, inclusive os que tinham contrato com o município, estão se recusando a trabalhar pela empresa no Pronto-Socorro.

“Hoje tem apenas 14 médicos clínicos e três pediatras. Os médicos não aceitam e nem querem trabalhar para a empresa porque sabem que não terão nenhum direito. Eles estão correndo do contrato com a Guarujá e quem perde com isso é a sociedade que continuará sofrendo com atendimento por falta de profissionais médicos”, finalizou a presidente do Sindimed.

Vale lembrar que a empresa Guarujá Serviços Médicos foi contratada pelo prefeito Walace Guimarães (PMDB) para ficar responsável pelo serviço, pelo período de 12 meses, ao custo global de R$ 8.432.000,20, ou seja, a empresa deve receber por mês aproximadamente R$ 702 mil.

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