O Projeto de Lei 591/21, que tramita na Câmara dos Deputados em regime de urgência, abre caminho para a privatização dos Correios e poderá deixar mais de 100 mil pais e mães de famílias desempregadas. Isso é o que teme o presidente do Sindicato dos Correios de Mato Grosso (Sintect-MT), Edmar dos Santos Leite.
A proposta, de autoria do Poder Executivo, poderá entrar em pauta de votação em agosto, após o retorno do recesso parlamentar. O projeto autoriza a exploração dos serviços postais pela iniciativa privada, inclusive os prestados hoje em regime de monopólio pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), estatal 100% pública.
“O povo brasileiro vai perder uma empresa que existe há 358 anos, que integra o país de ponta a ponta. Está presente nos 5.570 municípios levando além de cartas e encomendas, levando livros didáticos, provas do Enem, urnas eletrônicas, campanha de aleitamento materno, medicamentos e vacinas. Enfim, todo um papel social que essa empresa pública cumpre está sendo proposto para ser privatizado e para ser uma empresa privada somente de entrega de compras pela internet”, relatou Edmar em entrevista ao .
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Segundo Edmar, mesmo que mantido para entrega de compras pela internet, isso não ocorrerá no país inteiro: “Porque só uma empresa pública consegue estar presente em todos os municípios.”
Edmar dos Santos destacou que “o Correio dá muito lucro para o Governo Federal”. Segundo o sindicalista, em 2020, o lucro líquido foi de R$ 1,5 bilhão.
“E não sai um centavo do Tesouro Nacional para custear, o Correio é autossustentável, só que esse lucro ele é auferido em 324 municípios onde eles são arrecadadores, a grande maioria dos municípios mais de 5.200 são municípios distribuidores das encomendas que são postadas nos grandes centros”, explicou.
Ainda segundo o sindicalista, a receita maior dos 324 municípios é compensada aos demais por meio do papel social dos Correios.
“Você acha que a empresa privada vai estar onde não dá lucro? Você acha que a empresa privada vai a Poconé ou a Vila Rica levar encomendas todos os dias como faz o Correio, tenha uma carta ou tenha 100 container. O prejuízo não só para os trabalhadores, é para a população também”, apontou.
Questionado se já buscou apoio da bancada mato-grossense em Brasílio, o sindicalista relatou que já manifestaram apoio aos trabalhadores e contrários à proposta do Governo Federal foram Dr Leonardo (Solidariedade), Rosa Neide (PT), Juarez Costa (MDB) e os senadores, Wellington Fagundes (PL) e Jayme Campos (DEM).
“Os demais deputados não participaram e também não retornaram, mas seguimos em contato pelo apoio. Inclusive vamos denunciar aqueles que votarem contra o povo brasileiro”, encerrou.
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