A psicóloga Kauana M. Gonçalves, 29 anos, com especialização em Análise do Comportamento Aplicada e Avaliação Neuropsicológica, investe no mercado da Psicologia em Mato Grosso. Atuando na Clínica Origami, situada na Rua Topázio, nº 200, Bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá, colabora com outros 22 profissionais em constante capacitação.
Durante entrevista ao , ela ressaltou que a maioria de seus pacientes é composta por crianças autistas que, frequentemente, necessitam de tratamento intensivo de, no mínimo, 10 horas semanais. Conforme destacou a profissional, a clínica valoriza o embasamento científico da terapia ABA e mantém uma política de transparência com os pais, assegurando que a definição do tratamento seja conjunta entre profissionais e famílias.
"Nosso trabalho visa possibilitar a participação ativa dos pais no tratamento, promovendo a transparência para que compreendam plenamente o processo. Isso permite que contribuam com observações diárias sobre o desenvolvimento da criança. Além disso, priorizamos ouvir, acolher e respeitar os pais, considerando sempre suas necessidades e percepções atuais", declarou Kauana.
A atuação é desenvolvida em diversos contextos, incluindo a clínica, o domicílio dos pacientes e as escolas. Quanto à predileção pelo público infantil, a psicóloga relata que sempre teve afinidade com esta faixa etária, embora tenha enfrentado receios iniciais, superados com o suporte de colegas. "Havia um constante intercâmbio de experiências na equipe, o que me proporcionou segurança", ela compartilha.
Kauana divulgou a inauguração de uma nova unidade da Clínica Origami em Pontes e Lacerda. As obras tiveram início este mês, com previsão de abertura em maio deste ano. "Atualmente, expandimos nossos serviços para além dos atendimentos clínicos, incluindo palestras, avaliações neuropsicológicas e supervisões. Estamos também desenvolvendo um projeto de mentoria para novos profissionais da área e inauguraremos nossa segunda unidade em Pontes e Lacerda", informa.
A Clínica Origami ABA atende 39 famílias, por meio de liminares e contratos particulares. Kauana ressalta que muitas famílias procuram o atendimento para suas crianças seguindo indicações médicas. Ela enfatiza a importância do acolhimento e das orientações, que se estendem também às famílias. Como exemplo, menciona um caso em que a principal dificuldade era a resistência da criança em atender aos pedidos dos pais.
"Compreendendo a dinâmica familiar, ajustamos alguns aspectos do ambiente para facilitar momentos de qualidade entre a criança e seus pais, como aproveitar intervalos para afetos e alimentação. Após duas semanas, a mãe notou uma significativa melhoria no comportamento da criança", relata a psicóloga.
Além disso, os profissionais fornecem orientações sobre as características e o tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), educando as famílias sobre a análise do comportamento aplicada e a terapia ABA.
Entre as dúvidas comuns, Kauana destaca: "A terapia ocorre semanalmente? Por que é necessário um tratamento intensivo para crianças com TEA? Os atendimentos são realizados exclusivamente na clínica? Quais são as diferenças entre a avaliação neuropsicológica e a comportamental? Que tipo de brinquedo é recomendado para estimulação domiciliar?"
Com a Clínica Origami já consolidada em Cuiabá, Kauana reflete sobre os desafios enfrentados desde sua formação acadêmica, incluindo um período de desemprego após a graduação. "Iniciei como prestadora de serviços em uma clínica e, após dois anos, decidi seguir meu próprio caminho. Enfrentei diversos receios: o compromisso do aluguel, a responsabilidade de impactar vidas, dúvidas sobre minha competência profissional e o medo do julgamento. Contudo, sempre acreditei que a dedicação minimiza os riscos do fracasso."
Antes de consolidar sua presença no mercado, a empreendedora recorda que prestava serviços sociais, cobrando, em algumas ocasiões, um valor simbólico – havendo momentos em que não efetuava cobrança. Com cinco anos de experiência no mercado, Kauana M. Gonçalves considera o gerenciamento de pessoas um desafio significativo. "Estabelecer-se no mercado e construir uma marca própria são tarefas árduas, que demandam dedicação e organização. No entanto, o gerenciamento de pessoas é um processo de aprendizado contínuo e desafiador, exigindo constante autoanálise, a avaliação da equipe e a compreensão individual de cada membro. O que tem sido fundamental para mim é definir claramente os valores fundamentais da minha empresa. Isso nos permite selecionar colaboradores que compartilham desses mesmos princípios, promover um ambiente de feedbacks constantes, tanto positivos quanto negativos, e estabelecer diretrizes claras para o desligamento de profissionais", reflete.
Leia também - Estefânia Santana, além do perfil de uma empreendedora de sucesso
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).