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Cidades Quinta-feira, 04 de Maio de 2023, 16:46 - A | A

Quinta-feira, 04 de Maio de 2023, 16h:46 - A | A

falácias

Presidente do Sintep diz que Mauro faz pirotecnia ao falar de instalar câmeras nas escolas de MT; “90% já possui o método”

O presidente ainda disse que Mauro precisa contratar agentes de pátio, pois monitoramento é complementar

Gislaine Morais/VGN

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Valdeir Pereira, criticou a postura do governador Mauro Mendes (União), em determinar como método de segurança nas escolas estaduais apenas instalação de câmeras, diante de tantos comunicados de supostos ataques terroristas em escolas do Estado, e fatos concretos no Brasil.

No dia 05 de abril, cinco crianças foram mortas após um ataque na creche Centro de Educação Infantil Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina. Após o ataque, diversos falsos comunicados de ataques em escolas de Mato Grosso, foram espalhados em redes sociais. Leia matéria relacionada - Ataque em creche deixa quatro crianças mortas em Santa Catarina

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Nessa quarta-feira (03.05), em entrevista ao , com o jornalista Geraldo Araújo, Valdeir afirmou que as escolas estaduais precisam ter agentes de pátio, assim como acontece na maioria das escolas municipais, onde existe a figura de uma pessoa que cuida do fluxo de quem entra e quem sai do espaço.

Para o presidente do Sintep, em Mato Grosso o que se vê é “pirotecnia” por parte do governador Mauro, ao dizer que vai instalar câmeras, uma vez que todos sabem que em 90% das escolas do Estado já existe essa metodologia. “Independentemente do município que você for, a maioria já tem o sistema de monitoramento nas salas de aula, no espaço de convivência comum e até mesmo em alguns acessos dos banheiros, pois é essa área que ocorre o tráfico de drogas, em algumas escolas”.

Pereira ressaltou ser claro, que se as câmeras tiverem qualidade é até melhor, contribui muito, mas o essencial, segundo Valdeir, não é citado por Mendes, que é a presença humana. O educador deu como exemplo, as tragédias nas instituições escolares do Brasil, que em todos os momentos, só não foi pior os ataques, porque tinha uma intervenção direta que se colocou à disposição para fazer o enfrentamento a quem estava provendo a atrocidade.

Pereira disse que em Mato Grosso, desde o ano passado, o sindicato vem discutindo, inclusive foi tema duas vezes em audiências públicas na Assembleia Legislativa (AL/MT), sobre a ausência da contratação de vigias para as escolas do Estado. Tratando como infelicidade, Valdeir mencionou uma declaração de um representante do Diretoria Regional de Educação (DRE), falando que vigia atuava apenas no período noturno.

“Então o que existe é uma política no Estado de Mato Grosso de que em nome do contingenciamento de pessoas, não há uma prioridade. Mas, ter no espaço da escola o vigia, você, de certa forma, já tem uma pessoa que inibe um pouquinho aqueles que estão propensos a fazer algum tipo de ato ilícito, até mesmo o fluxo de pessoa que entra e que sai e também conhece os estudantes que atuam dentro das escolas”.

Diante dessa defesa contínua do Sintep, o professor afirmou que por isso o sindicato não foi chamado na Secretaria de Estado de Educação (Seduc) para audiência, onde o Governo apresentou, segundo Valdeir – “não sabe lá o que”, mas enfatizou, que ficou claro que o Sintep não foi chamado, pois eles sabiam que a categoria iria alegar o quão é essencial a presença humana nas escolas, lembrando que monitoramento é apenas complementar.

O presidente do sindicato ainda alfinetou a metodologia de “instalação de câmeras”, citando uma frase dita por um deputado, que sugeriu quem defendesse o método, que mandasse para o município de Confresa – uniformes com câmeras – para ver se os policiais conseguiriam apenas com esses acompanhamentos fazer enfrentamentos.

Vale destacar que no dia 9 de abril, mais ou menos seis veículos com mais de 20 criminosos invadiram a cidade de Confresa, no intuito de assaltar uma empresa de valores, e tocaram o terror, colocando fogo em veículos e atacando até mesmo o quartel da Polícia Militar. Leia matéria relacionada - Criminosos fortemente armados invadem Confresa para assalto e trocam tiros com PMs

Para Pereira, não adianta uniformes com câmeras, se os policiais não estiverem devidamente equipados e treinados para fazer o embate mais incisivo, segundo ele, assim é dentro das escolas, onde precisa ter o vigia e ainda com treinamento.

“Vão colocar monitoramento na escola, mas se esse monitoramento for em outro município? Como a polícia vai? Se alguém entrar na escola necessitará de um humano para o enfrentamento, e sem um vigia, vai sobrar para quem? Para o professor? Nossas crianças? Pois elas é que estarão naquele momento propensos e correndo o risco”, pontuou Pereira.

Valdeir frisou que espera que o Governo saia dessa condição de pirotécnica e comece a fazer política verdadeira, para que o cidadão compreenda e que seja visto o resultado no dia-a-dia. “Dizer que vai colocar câmera dentro do espaço, onde 90% das escolas já tem e não resolver o problema estrutural que é a segurança que é a presença humana, para mim não passa de uma falácia”, concluiu o presidente do Sintep, Valdeir Pereira.

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