A situação do ex-deputado republicano e atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE/MT), Sérgio Ricardo, investigado na Operação Ararath que trata de crimes contra o sistema financeiro, não é nada confortável, conforme fontes do VG Notícias.
Um dos alvos da 5ª operação Ararath, deflagrada pela Polícia Federal, em 20 de maio deste ano, Sérgio Ricardo teve seu apartamento e gabinete no TCE devassado pela PF, que encontrou extenso material que compromete o conselheiro. Entre os materiais apreendidos, a Polícia Federal encontrou cinco mil ingressos para os jogos da Copa do Mundo, uma lista com nomes de pessoas que Sérgio Ricardo efetua pagamento, inclusive com observações nada “republicanas” e algumas anotações bizarras e com palavrões para definir porque tem que manter pagamentos a determinadas pessoas. " Este é daquele filho da p..."Todo material apreendido, inclusive computadores, pen drive, constam listados em 40 páginas na Polícia Federal.
Desde a operação Ararath, em 20 de maio, Sérgio Ricardo não aparecia ao tribunal. Por conta disso, foi praticamente obrigado a sair férias a fim de evitar complicações ao órgão – já que preside a 1ª Câmara de Julgamento do TCE. Seu pedido de férias inicialmente seria de 15 dias podendo ser prorrogáveis. Porém, segundo fontes, Sérgio Ricardo ficará de férias por 60 dias, conforme prevê a Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LOMAN), que rege também os conselheiros dos Tribunais de Contas do País.
Em seu lugar, assumiu o conselheiro substituto Luiz Carlos Ribeiro, que passa a relatar as contas do governo relativas ao exercício de 2013.
Estrela - Conhecido nos corredores TCE como prepotente e arrogante, o conselheiro não fala e nem cumprimenta os servidores do órgão. O único contato de Sérgio Ricardo é no Pleno com seus pares. A fama de arrogante é antiga. Foi assim na Assembleia Legislativa e até no Buffet que sua esposa administra. “Sérgio Ricardo parece que não enxerga ninguém na frente dele. Não cumprimenta, quase passa por cima da gente e não olha na cara”, disse um servidor.
De acordo com fontes do VG Notícias, Sérgio Ricardo é o único conselheiro que tranca o gabinete e leva a chave com ele, os demais conselheiros deixam as chaves com a pessoa do tribunal encarregada pelo local.
“Na manhã que a Polícia Federal chegou ao TCE com mandado de busca e apreensão, o gabinete de Sérgio estava trancado e ninguém tinha a chaves, foi quando a PF mandou avisá-lo que entregasse a chave ou teria que arrombar a porta do gabinete. Daí ele mandou a secretária levar a chave”, relatou a fonte.
Entenda o caso - Consta dos autos da Ararath, que o ex-deputado estadual Sérgio Ricardo teria “comprado” a vaga de conselheiro do órgão fiscalizador. A negociata teria custado R$ 4 milhões, preço da transição de cargo com o ex-conselheiro Alencar Soares, que também está sob investigação no inquérito do Ministério Público Federal e Justiça Federal.
Sérgio Ricardo assumiu a vaga no TCE em 16 de maio de 2012, ocupando cadeira de Alencar Soares, também ex-deputado, que deixou o tribunal sob a justificativa que disputaria a Prefeitura de Barra do Garças, no entanto, não concorreu ao pleito.
Segundo o delator premiado da Ararath, Júnior Mendonça, controlador da Amazônia Petróleo, a manobra, teria contado com apoio do ex-secretário de Estado, Eder Moraes, preso há mais de um mês, no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília-DF.
Na negociata, a vaga de Alencar Soares, teria custado a Sérgio Ricardo R$ 4 milhões. A “propina” para a suposta compra de vaga teria ocorrido em duas parcelas, R$ 1,5 milhão e R$ 2,5 milhões.
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