O Movimento Nacional da População em Situação de Rua, juntamente com outros movimentos sociais, decidiu na segunda-feira (20.01) que será realizado um “banquetaço” no dia 31 deste mês, às 9 horas, em frente à Prefeitura de Cuiabá, na Praça Alencastro, contra a decisão do prefeito Abilio Brunini (PL) de proibir a distribuição de marmitas para moradores em situação de rua da Capital. Leia matéria relacionada - Abilio anuncia transferência da população de rua e fim da distribuição de marmitas em Cuiabá
A coordenadora do movimento, Rubia Cristina de Jesus Silva, 40 anos, afirmou ao na tarde desta terça-feira (21) que é contra a ideia da proibição de distribuição de alimentos. Ela argumenta que as pessoas em situação de rua não estão lá porque querem ou porque recebem marmitas e sim pela falta de políticas públicas para essa população vulnerabilizada.
"Não apoiamos a ideia da proibição de distribuição de alimentos, até porque é um direito. Ninguém está em situação de rua porque quer ou por causa de uma marmita. E sim pela falta de políticas públicas destinadas a essa população vulnerabilizada", afirmou Rubia.
Ninguém está em situação de rua porque quer ou por causa de uma marmita
O “banquetaço” foi decidido durante uma reunião no Beco do Candeeiro, no Centro da Capital, com os representantes de movimentos sociais como o da comunidade LGBTQIAPN+, Movimento Sem Terra (MST) e o Movimento Nacional da População em Situação de Rua, como forma de protesto ao anúncio feito por Brunini.
"Estaremos mobilizados em frente à prefeitura e faremos a distribuição de alimentos no local. Essas marmitas matam a fome de muita gente, não somente a população de rua… Tem pessoas idosas, mulheres e famílias que não tem o que comer em casa e pegam esse alimento".
Rubia declarou ainda que a população em situação de rua tem seus direitos violados diariamente e o Governo precisa entender que não é dando uma passagem para outra cidade que irá solucionar o problema.
"O tema é Direito a Cidade e a Vida, em forma de protesto. Para eles entenderem que não é dando uma passagem para outra cidade que irá solucionar a situação. Precisa de políticas públicas, habitação e oportunidades de uma vida digna e humana".
A criação do Centro de Apoio, no antigo prédio da Assistência Social do município, assim como o Restaurante Popular, não foi descartada pela coordenadora do movimento social, contudo, ela destaca que a medida não abrange a todos, visto que a população em situação de rua está em muitos lugares e tem dificuldade no deslocamento para essa nova região.
"Não descartamos a ideia do Centro de Apoio e nem do Restaurante Popular, mas acontece que não abrange todos. A população em situação de rua está em todos os lugares e tem dificuldade no deslocamento para essa região. Tem muitas pessoas doentes, com deficiência e idosas", declarou Rubia.
O prefeito Abilio Brunini foi convocado pela coordenadora para participar de uma reunião, onde poderão enfatizar os pontos necessários para criação de políticas públicas voltadas a população em situação de rua, no dia 3 de fevereiro, contudo, não confirmou presença.
"Chamamos o prefeito para uma reunião, mas ele disse que se não surgisse algo importante, ele iria comparecer. Como se a população em situação de rua não tivesse importância".
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