As causas e as circunstâncias da explosão que terminou na morte de três trabalhadores na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), em Cuiabá, são investigadas pelo Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso (MPT) e pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Mato Grosso (SRTE-MT).
O MPT informou que instaurou um procedimento para investigar o que causou o acidente, ocorrido na última sexta-feira (13). Três trabalhadores sofreram queimaduras e inalaram gases tóxicos após uma explosão durante a reforma de um gabinete. Além do MPT, a SRTE também vai investigar as causas da explosão, a relação de trabalho com as vítimas e a ALMT. Um auditor fiscal vai avaliar as condições do ambiente de trabalho e da assembleia, a relação entre quem contratou e os trabalhadores. Com isso, um relatório deve ser concluído em até quatro meses.
“Nós vamos verificar tudo que é relacionado ao trabalho desses envolvidos. As causas do acidente e tudo que diz respeito. O auditor fiscal conclui e entrega à chefia [da SRTE], que encaminha ao INSS e MPT” pontuou Eduardo Driemeyer, superintende Regional do Trabalho.
Segundo a assessoria da ALMT, a Procuradoria Geral do órgão também deve abrir o procedimento para investigar o que ocorreu na noite do acidente. A assembleia afirmou que não realiza reformas ou decorações dos gabinetes e cada um dos 24 parlamentares possui autonomia para contratar os serviços.
Explosão
Na noite da última sexta-feira os trabalhadores de uma empresa terceirizada faziam a aplicação do carpete dentro do gabinete 114 e o polimento do piso, quando ocorreu o acidente. De acordo com o Corpo de Bombeiros, as vítimas usavam produtos inflamáveis e cola durante o procedimento.
A suspeita é que uma faísca vinda de uma das máquinas de limpeza tenha entrado em contato com gases do produto, causando a combustão. A Polícia Civil abriu inquérito para apurar o caso e o relatório da Polícia Técnica do Estado (Politec) sobre as causas do acidente deverá ser concluído em 10 dias.
Vítimas
Jhonatan Bruno Paes, de 24 anos, morreu enquanto estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC). Ele sofreu queimaduras graves de 2º e 3º graus em 100% do corpo. Na madrugada de domingo (15) Jhonatan teve falência múltipla de órgãos e parada cardiorrespiratória. Por volta de 8h do mesmo dia, outro trabalhador, Wagner Nunes de Almeida, de 28 anos, também teve quase 100% do corpo queimado e morreu após parada cardiorrespiratória.
A terceira vítima, Luciano Henrique Perdiza, de 27 anos, teve 80% do corpo queimado e não resistiu aos ferimentos enquanto estava internado na mesma UTI. Luciano passou por uma cirurgia, porém, permaneceu em estado grave e sofreu falência múltipla de órgãos, com parada cardiorrespiratória por volta das 13h50 [horário local] de segunda (16).
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