O policial militar e candidato a deputado estadual Leonardo Lucio Morais, conhecido como cabo Théo do Iscac (PTB), é suspeito de agredir um adolescente na tarde desta sexta-feira (16.09) em Santa Luzia, na Grande BH. Câmeras de circuito de segurança registraram o ocorrido. O candidato justificou que o vídeo foi editado para prejudicar a campanha dele.
No vídeo, o adolescente, 17 anos, aparece segurando uma bandeira eleitoral quando o candidato, 45 anos, se irrita e agride a vítima com tapas e chutes, além de sacar um revólver e apontar para o rapaz. Testemunhas disseram que o jovem pegou uma das bandeiras do candidato e começou a balançar, como forma de brincadeira com outros colegas.
Neste momento, o candidato viu o que estava acontecendo e achou que o rapaz estava roubando o material. Segundo registro feito pela Polícia Militar, o adolescente teria quebrado o mastro que segurava a bandeira de propaganda eleitoral do candidato.
O próprio cabo Théo foi quem acionou a PM, no entanto, ele omitiu no registro que teria agredido o adolescente. O cabo também não participou da confecção da ocorrência e disse que estava passando mal no momento.
Em entrevista à TV Globo, a mãe da vítima, que preferiu não ser identificada, disse que a agressão ocorreu por "nada", apenas por causa de "um pedaço de pano". "Quando você vê um filho que você carregou nove meses sendo espancado da forma que meu filho foi, pelo vídeo. E pela atitude desse policial, desse cabo, eu falei assim: 'Meu Deus do céu, que país nós estamos? Por nada, por nada, por um pedaço de pano'".
O rapaz está com diversos hematomas pelo corpo e afirmou à reportagem que sentiu medo de falar sobre os ataques quando foi ouvido pela polícia.
Mesmo com as imagens nas redes sociais, o cabo Théo afirmou na tarde de sábado (17) que o caso se trata de uma "armação política" e que o vídeo foi editado. "O vídeo foi editado não mostra as três vezes que ele colocou as mãos na cintura simulando estar armado. O vídeo não mostra que eu chego sem a arma em mãos e saquei após eles mencionar que estava armado. O vídeo não mostra que ele não estava machucado. Não conta que ele confirmou que foi pago para retirar minhas bandeiras. Disseram que foi uma brincadeira. Muita informação que foi implantada ela oposição nele para prejudicar minha campanha", disse o candidato.
O Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) afirmou ao G1 que ainda vai apurar os fatos e que não está ciente do ocorrido. A sigla disse também que o presidente do partido está em campanha.
A reportagem do G1 entrou em contato com a Polícia Militar para saber se o militar está licenciado para disputar as eleições e se ele poderia usar arma em via pública. Até a última atualização desta reportagem, a corporação não havia se manifestado.
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