Assim como a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o Governo de Mato Grosso firmou contrato milionário com a empresa israelense Cognyte, fornecedora do software espião FirstMile. A PF investiga indícios de uso irregular do aplicativo pela Abin, e os contratos com Secretarias estaduais também estão sob questionamento.
Segundo reportagem do UOL, pelo menos dez Estados mantêm contratos com a Cognyte desde 2019. Conforme a reportagem esses acordos foram firmados sem licitação para o fornecimento de soluções de inteligência, como o FirstMile, mas também de outros serviços de tecnologia.
Para especialistas, a contratação da Cognyte pelas Secretarias estaduais de segurança se assemelha ao caso da Abin, que teria usado ilegalmente o software para rastrear desafetos políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A Secretaria Estadual de Segurança de Mato Grosso fechou contrato em junho de 2022 para a compra do equipamento GI2-S, com dispensa de licitação, por R$ 4,6 milhões. O aparelho serve para localizar celulares.
Em nota, o Governo justificou que a polícia tem de se aparelhar para combater novos tipos de crimes e que a ferramenta não intercepta os telefones, mas se vale do sinal de celular para apontar a localização aproximada dos alvos.
Como o software funciona
O FirstMile da Cognyte fornece a localização aproximada de celulares. A partir do número de telefone, o software verifica a localização dos alvos em relação a Estações Rádio Base (conexão entre telefones e companhias) e gera um mapeamento quanto à movimentação de qualquer aparelho monitorado. O software teria capacidade para monitorar até 10 mil celulares por ano.
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