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Cidades Terça-feira, 03 de Setembro de 2019, 15:44 - A | A

Terça-feira, 03 de Setembro de 2019, 15h:44 - A | A

Grampolândia

Ex-presidente do SINDEPO/MT é ouvido no caso dos grampos ilegais

Rojane Marta/VG Notícias

Reprodução

Wagner Bassi

Wagner Bassi

O ex-presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia de Mato Grosso (SINDEPO-MT), delegado Wagner Bassi prestou depoimento nessa segunda-feira (02.09), no inquérito que investiga grampos ilegais em Mato Grosso, na Polícia Civil. O delegado foi intimado para esclarecer suposto apoio ao ex-secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas e a falta de apoio aos demais delegados citados na "Grampolândia Pantaneira".

Segundo consta em um dos relatórios de investigação especial da “Granpolândia Pantaneira”, o qual o oticias teve acesso com exclusividade, Bassi, embora não tenha sido comprovada sua atuação no suposto grupo criminoso de escutas ilegais, é apontado como pessoa próxima de Rogers Jarbas e de ter sido, por diversas vezes, influenciado pelo ex-gestor.

De acordo com o relatório, Jarbas, logo após ser afastado de suas funções pela Justiça, por suposto envolvimento nos grampos ilegais, conseguiu influenciar o então presidente do Sindicato dos Delegados, Wagner Bassi, para que ele convocasse uma assembleia ilegítima, para tratar das medidas decretadas pela Justiça contra ele (Jarbas). Conforme o relatório, esta foi a terceira vez que Rogers influenciou o Sindicato dos Delegados.

Ainda, segundo consta do relatório, Jarbas, deveria interrogar a delegada Alana Derlene Sousa Cardoso, após a então juíza Selma Arruda avisar o governador da época, Pedro Taques de que existiam indícios de que dois terminais telefônicos foram inseridos ilegalmente, em operação, por meio da delegada Alana”. E para pegar a delegada de “surpresa”, ele teria novamente usado de sua influência com Bassi.

“O "convite" se deu através de uma estranha ligação de ROGERS para o telefone celular do Presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil, WAGNER BASSI. Talvez, para pessoas alheias à atividade policial, tal fato não causaria estranheza, mas devemos lembrar que os princípios que regem a polícia são: DISCIPLINA e HIERARQUIA” cita relatório, que aponta que o comportamento normal e esperado seria que o referido secretário fizesse contato com o delegado-geral da Polícia Civil e, este, descendo a cadeia hierárquica (Diretor Metropolitano, delegado regional de Cuiabá, delegado titular da Unidade Policial, delegada-adjunta da unidade), e esta sendo localizada, receberia a orientação da data e local em que deveria apresentar-se.

“Apesar da existência de vários "intermediários" posso assegurar que o cumprimento dessa ordem hierárquica não levaria mais do que 10 minutos. No entanto, ROGERS JARBAS, liga para o Presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia - SINDEPO, o qual não tem nenhuma ligação hierárquica com a Delegada de Polícia. Dessa forma, ROGERS não só fere um dos pilares da POLICIA CIVIL, como também corrobora a ideia de que a motivação de tal ato ¬ se deu para receber ALANA DERLENE vulnerável, vez que se o chamamento fosse através do DELEGADO GERAL seria inevitável que adiantasse qual assunto seria tratado. Mais uma curiosidade é revelada quando ROGERS JARBAS parece que sabia que a Delegada se encontrava naquele local, juntamente com WAGNER BASSI, pois do contrário não haveria a menor justificativa para esse telefonema ter sido para ele” destaca relatório.

Já Rogers, ao ser interrogado por qual motivo optou em ligar para o presidente do Sindicato e não para o delegado-geral, obedecendo a hierarquia da Polícia Judiciária Civil (PJC), respondeu que acreditou que “Wagner pudesse localizar primeiramente, com mais facilidade do que o Delegado Geral, em razão da Delegada Alana também compor a chapa do Sindicato”

“Ocorre que, a Ora ALANA DERLENE não compõe a chapa do Sindicato, sendo que a mesma estava naquele local com WAGNER em razão de uma reunião previamente agendada com a comissão formada por Delegados de Polícia para tratar exatamente do polêmico assunto dos "grampos" envolvendo policiais militares, lembrando que até aquela data, as únicas matérias jornalísticas eram relacionando o envolvimento de POLICIAIS MILITARES e não da Polícia Civil” diz relatório.

Outro ponto destacado no relatório, que envolve Bassi, é quanto à nota de apoio expedida pelo Sindicato em favor de Rogers Jarbas, um dia após a intimação do ex-secretário para seu interrogatório, e, um dia antes da realização do ato – o que segundo relatório, demonstra “apoio total, a qual traz dizeres como "...GRANDE L1DER E ETC".

Já a delegada Alessandra Saturnino, segundo depoimento, informou que após sofrer ataques à sua honra pessoal e profissionalmente, via imprensa, na época em que os fatos foram noticiados pela imprensa, procurou Bassi, solicitando o envio de cópia de nota de apoio, sendo que Bassi teria respondido que as notas são feitas mediante provocação e com concordância da pessoa.

“Imprescindível constar que, até o presente momento, esta autoridade policial não está convencida de que o Delegado WAGNER BASSI integre efetivamente a organização criminosa, formada com fins escusos, principalmente de perpetuação no poder, apenas acreditarmos, por ora, que ele sofre interferência direta em suas ações pelo Dr. ROGERS JARBAS, sendo certo que são próximos. Inclusive, na composição de sua chapa, o Delegado FAUSTO era o Vice-Presidente, e, em seguida, passou a compor o quadro do Governo, demonstrando haver um nítido vínculo entre eles (ROGERS -WAGNER-FAUSTO)” trecho extraído do relatório.

O relatório conclui que o Sindicato dos Delegados - SINDEPO agiu de forma diferente quando ocorreram ataques aos delegados de Polícia envolvidos em investigação referente a Grampolandia Pantaneira: “Dra ALESSANDRA SATURNINO: não houve nenhuma nota de apoio, tendo o Presidente do SINDEPO justificando que precisava da provocação e presença da mesma para tratar dos detalhes, como feito com todos os demais; Dra ALANA DERLENE: nota de apoio de forma contida; Dr FLAVIO STRINGUETA: não houve nenhuma nota de apoio; Dr ROGERS JARBAS: nota de amplo apoio, inclusive elaborada sem prévia consulta aos membros da chapa do Sindicato, pois havia a discussão de que ROGERS JARBAS foi atacado em suas funções enquanto secretário de Segurança Pública e não como delegado de Polícia”.

 

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