Em meio a uma crescente preocupação com a segurança nas instalações de armazenagem de grãos, um estudante da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) apresentou uma solução inovadora em seu trabalho de conclusão de curso (TCC) para enfrentar a ameaça de explosões e incêndios nas instalações agrícolas.
Narciso Avelino Ermita de Oliveira, formado recentemente em Engenharia de Controle e Automação, concentrou sua pesquisa de TCC na prevenção de explosões em silos de armazenagem de grãos. O método desenvolvido por Oliveira visa a redução da ocorrência desses incidentes. A pesquisa foi desenvolvida sob orientação do professor Rafael Zamodzki.
Os incidentes recentes ocorridos em várias regiões do país, como a trágica explosão que causou a perda de nove vidas no Paraná, além das ocorrências em Confresa e Nova Mutum, trouxeram à tona um problema de longa data.
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De acordo com Oliveira, a poeira combustível, constituída por partículas orgânicas em suspensão no ar, adquire alta inflamabilidade ao alcançar uma concentração crítica. Isso significa que uma mera fagulha é capaz de desencadear uma sequência de reações, resultando em explosões similares às ocorridas recentemente.
Em sua pesquisa, Narciso buscou entender a conexão entre a poeira combustível e as explosões frequentes em silos de armazenagem de grãos. Além de analisar a dinâmica desses incidentes, ele se empenhou em descobrir uma solução prática e eficaz.
O cerne da pesquisa está na criação de um método inovador destinado à prevenção de explosões em silos. O sistema desenvolvido pelo engenheiro monitora de forma contínua variáveis críticas, como temperatura e velocidade dos equipamentos, identificando quaisquer desvios dos parâmetros de segurança estabelecidos. Ao identificar uma violação, o sistema entra imediatamente em ação, interrompendo a operação dos equipamentos de transporte de grãos, assim evitando a possibilidade de uma reação em cadeia de consequências catastróficas.
No entanto, o impacto dessa iniciativa vai além da tecnologia. Oliveira ressalta a importância da conscientização e treinamento adequado para os colaboradores que atuam nessas instalações. Muitos desconhecem os perigos associados à poeira combustível, e a falta de informações adequadas aumenta ainda mais o risco.
“A maioria dos armazéns e unidades de beneficiamento não possui nenhuma forma de proteção contra esse tipo de evento, e isso é agravado pela falta de treinamento e disseminação de informações aos colaboradores sobre os riscos e procedimentos a serem seguidos em locais com alta concentração de poeira na atmosfera. Muitos nem mesmo têm conhecimento de que a poeira pode ser inflamável”, destaca Oliveira.
A pesquisa do engenheiro enfatiza a relevância da inovação e da colaboração na busca por soluções que enfrentem problemas. Além de desenvolver o método inovador, o engenheiro está disposto a compartilhar seu conhecimento e algoritmo com quem tenha interesse em aplicá-lo.
“O meu trabalho além de disseminar informações e procedimentos sobre o perigo de se trabalhar com poeira combustível, está aberto a qualquer pessoa que queira implementa-lo, se alguma pessoa se interessar pode entrar em contato comigo que eu disponibilizo inclusive o algoritmo que eu desenvolvi para o controlador lógico programável”, finalizou Oliveira.
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