Com o objetivo de conhecer os portos e empresas da América do Sul interessadas em importar produtos de Mato Grosso por meio de uma rota hidroviária, o vice-governador, Carlos Fávaro, integrou um grupo que esteve na Argentina, ente os dias 03 e 05 de novembro. A intenção é colocar em prática a relação comercial de Mato Grosso com o país por meio da construção da Zona de Processamento de Exportações (ZPE), em Cáceres (235 km de Cuiabá), e a reativação do Porto, no mesmo município, que está paralisado há cerca de seis anos. A expectativa é facilitar a exportação de grãos, produtos têxteis, de base florestal, entre outros.
“O Governo deve tomar medidas que incentivem a navegação por meio do rio Paraguai-Paraná como forma de ganho de competitividade e integração da América do Sul com a Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. Já estamos conversando com os secretários de Desenvolvimento Econômico e de Fazenda visando medidas no intuito de apoiar a navegação em Mato Grosso", afirma Fávaro.
O vice-governador do Estado ressalta ainda que incentivar o uso das hidrovias é fundamental, pois é uma alternativa mais econômica e menos poluente que o modelo rodoviário. “É um transporte que o mundo todo utiliza. Uma dádiva divina que Mato Grosso tem, um rio navegável, uma oportunidade que não devemos abrir mão, além de ser economicamente mais viável, mais eficiente e que gera menos emissão de CO² e, certamente, contribui para a sustentabilidade."
O presidente da Associação Pró-Hidrovia Paraguai - Paraná (APH), Vanderlei Reck Júnior, destaca a capacidade de uma barcaça, com aproximadamente 200 caminhões que seriam retirados da estrada. “Seriam 200 motores a menos poluindo, quantas vidas também seriam salvas nas estradas?”, questiona.
O presidente avalia como muito importante a visita feita à Argentina. Por ser o final da navegação do rio Paraguai-Paraná, existe tanto a opção de comercializar com as indústrias de lá, como de fazer o transbordo para o resto do mundo. Reck ressalta também o papel social desta hidrovia, pois no caminho de volta as embarcações poderão transportar trigo – produto base da alimentação do país – e outros insumos agrícolas para abastecer o Brasil.
Segundo o vice-governador, além de estreitar as relações comerciais do Estado, esta agenda internacional complementa a Caravana da Integração, realizada por membros do Governo, com a participação de entidades de classe, em abril deste ano. A caravana possibilitou percorrer a Bolívia, e os portos do Chile e Peru, considerada a nova saída pelo Pacífico para a produção agropecuária de Mato Grosso.
Carlos Fávaro frisa ainda como um grande avanço a contratação da empresa para a construção das edificações da ZPE de Cáceres, que tira definitivamente do papel as medidas para a integração comercial da América do sul, aguardada há mais de duas décadas. A obra será feita por meio de uma cooperação entre as Secretarias de Estado das Cidades (Secid-MT) e de Desenvolvimento Econômico (Sedec-MT).
Pela posição estratégica, a Zona de Processamento deve ligar a outros centros produtores e exportadores, com o principal objetivo promover o desenvolvimento econômico, com a criação de empregos e atração de investimentos. As obras iniciais da ZPE têm valor previsto de R$ 17 milhões, com recursos da Sedec-MT.
Conforme o vice-governador, o início das atividades no Porto de Cáceres deve trazer desenvolvimento principalmente para os municípios da região Sudoeste (Cáceres, Mirassol D’Oeste, Glória D’Oeste, Araputanga, Pontes e Lacerda e Comodoro, entre outros) e Oeste de Mato Grosso (Tangará da Serra, Campo Novo, Sapezal, e Campos de Júlio, entre outros).
Com uma área total de 239,68 hectares, a ZPE de Cáceres será dividida em cinco módulos, espaço que poderá abrigar até 230 indústrias. A escolha de Cáceres para a construção da zona aduaneira deve-se à localização estratégica, que possibilita o transporte dos produtos via Rio Paraguai-Paraná e Oceano Pacífico, localizado a 1.700 km de distância do município.
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