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Cunhada do prefeito de Cuiabá pode ter sido funcionária “fantasma” na Assembleia em esquema da Faespe
Bárbara, cunhada do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB) pode ter sido funcionária “fantasma” na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, pela Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual (Faespe).
O nome de Bárbara é citado em um das conversas interceptadas pelo GAECO (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) entre a diretora da FAESP Jocilene Rodrigues de Assunção e a servidora da Assembleia Legislativa, Ariadne. Bárbara Helena de Noronha Pinheiro era contratada pela Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual (Faespe), como assessora da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Sonegação Fiscal, Bárbara Helena de Noronha Pinheiro que investigava as concessões de incentivos fiscais.
Em outubro de 2016, Ariadne pede a Jocilene para fazer uma declaração que Bárbara trabalha na FAESPE, o pedido seria de outro servidor da Assembleia, Odenil.
“Na sequência, ARIADNE fala: "...e outra coisa (...) o ODENII, pediu pra VOCÊ fazer uma DECLARAÇÃO da FAESPE de que a BÁRBARA trabalha lá na CPI RENÚNCIA FISCAL só que Eu vou pedir pra VOCÊ ligar lá pra LUANA na PRESIDÊNCIA (...)". Neste momento, JOCILENE interrompe a fala de ARIADNE dizendo: "a pois é porque o OLHAR DIRETO já ligou pra mim aqui querendo saber se podia pegar que nós passássemos uma LISTA dos FUNCIONÁRIOS que estão na (ARIADNE: na CPI da RENUNCIA FISCAL?) não da ASSEMBLEIA." Ainda em sua fala, JOCILENE explica que havia dito para a equipe do OLHAR DIRETO que iria solicitar autorização da CPI (CASA LEGISLATIVA), e somente então, caso fosse autorizada, tais informações seriam disponibilizadas. ARIADNE continua sua fala dizendo que ODENIL já está pedindo a DECLARAÇÃO para mandar, porém CHARLES avisou que não era para enviar nada para ARIADNE e sim para o PESSOAL da PRESIDÊNCIA, devendo entrar em contato com LUANA. JOCILENE diz para ARIADNE avisar LUANA para entrar em contato e fazer as devidas solicitações a JOCILENE. Ao final da conversa JOCILENE fala que vai mandar alguém buscar o documento com ARIADNE, finalizando o diálogo”, diz trecho das investigações.
Em outra conversa, o Gaeco intercepta mais uma ligação comprometedora, onde Fadia, diretora da Faespe em Cáceres, pergunta a Jocilene quais pagamentos devem ser feitos na AL (provavelmente na Assembleia Legislativa), segundo Gaeco. “JOCILENE fala: (..) vai começando pagando o esquecendo que a CPI do FRIGORÍFICO já foi paga né rsrs." E a diretora diz: "a ta então pode ir pagando todos os que tem lá?" JOCILENE confirma: "tudo que tem lá pode ir pagando entendeu só tem que ver os que já foram pagos deve ta separados também." “Na sequência FADIA diz que vai pedir pra NEI ir fazendo (pagamento AL) com uma assinatura e quando chegar apenas confirma. JOCILENE autoriza os pagamentos da AL (realizados por NEI) e, também o pagamento da empresa PRIXX (com cheques)”.
O Gaeco afirmou que em todas as conversas detectadas, nunca evidenciaram diálogos relacionados a questões referentes à forma e/ou todas as problemáticas inerentes à prestação de serviços ou entrega de produtos, mas tão somente questões referentes à emissão de notas e pagamentos.
Em outro trecho de conversa, Jocilene pergunta a Fadia se ela já mandou pagar aquele “UM”. “JOCILENE fala: "ah daí dá né e aquele UM você mandou pagar aqueles DOIS." FADIA responde: "já foi para o banco." JOCILENE fala que vai avisar porque até PERCIVAL estava ligando. FADIA novamente ressalta que em uma hora estará disponível na conta (referindo-se aos pagamentos realizados), explica que o lote enviado demora uma hora para cair (transação bancária). JOCILENE diz que está bem e finaliza a conversa com FADIA.
Em outra interceptação, Jocilene conversa com o interlocutor intitulado de “DEPUTADO” . "a você que me ligou?" DEPUTADO responde: "viu organiza para quatro e meia." Em seguida JOCILENE fala: "ta bom vou ver se eu consigo aí eu te aviso ta bom?" Continuamente, DEPUTADO fala para JOCILENE lhe avisar, salientando: "organiza sim que é melhor hoje." JOCILENE fala que irá ver e avisar, despedem-se e finalizam a conversa”.
Em uma das conversas entre Ariadne e Jocielene, elas deixam claro que tem servidoras da Assembleia desconfiada de tantas licitações que a Fespe vence na Casa. Conforme as ligações, a relação entre Jocilene e Ariadne é estreita a ponto de Ariadne afirmar a jocilene que teria "colocado a outra servidora no lugar dela".
Convênio - O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado Eduardo Botelho (PSB), afirmou que a Casa de Leis está rescindindo de modo unilateral o contrato com a Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual (Faesp), um dos alvos da “Operação Convescote”. Ele ainda declarou que a fundação chegou a cobrar R$ 17 milhões do Legislativo, que seria referente aos serviços prestados, porém o parlamentar disse que se recusou a pagar o valor.
O convênio firmado entre o Legislativo estadual e a Faesp, em 2015, teria sido alvo de fraudes, conforme investigações do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). O acordo, que previa consultorias da fundação à Casa de Leis, seria um esquema utilizado para desvio de verba dos cofres públicos.
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