O proprietário da Abrantes Barbeer, Victor Heverton Abrantes de Souza, 26 anos, compartilhou em entrevista ao 
, os desafios de empreender em Várzea Grande, os projetos para expandir suas operações e os planos de estabelecer uma escola de barbearia.
Especializado em diversos estilos de cortes de cabelo masculinos, incluindo química em geral, platinado, masculino completo e fade (degradê), o empresário iniciou sua carreira como funcionário de uma barbearia no bairro Jardim Glória. Após ser demitido e acusado de 'roubar clientes pelo excelente serviço prestado', ele agora celebra o sucesso como proprietário de seu próprio negócio.
"Comecei minha jornada na barbearia aqui, em Várzea Grande em 2015, quando tinha apenas 18 anos. Após concluir meu curso de barbeiro, trabalhei como funcionário em uma barbearia no Jardim Glória I por dois anos, enfrentando algumas dificuldades. Mais tarde, mudei para outra barbearia na avenida Alzira Santana, mas fui demitido três meses depois com a acusação de estar atraindo os clientes do proprietário. Ele alegou que havia lutado muito para ter a barbearia e não gostou de ver um jovem como eu conquistando a clientela", relembrou Victor.
Após a demissão, ele enfrentou novos desafios, trabalhando em casa por seis meses com apenas um espelho e uma cadeira, cobrando apenas R$10 pelo corte. "Mesmo com essas condições modestas, agradeço a Deus por sempre atender os clientes."
Após seis meses, Victor recebeu uma proposta para trabalhar em uma nova barbearia no bairro Jardim Glória I. Ele logo planejou abrir seu próprio negócio, que inicialmente começou no bairro Mapim.
"Saí do lugar onde estava e uma amiga me convidou para trabalhar em seu salão. Trabalhei lá por duas semanas e meia, sem que ela me cobrasse comissões. Consegui ganhar R$750 e usei esse dinheiro para abrir minha primeira barbearia. Tudo que tinha eram um espelho e uma cadeira emprestada por ela. Minha mãe me deu um ar-condicionado e uma geladeira. Comprei um sofá por R$150 e comecei meu empreendimento. Isso aconteceu no Mapim."
No entanto, a proprietária da barbearia onde ele havia trabalhado anteriormente o informou que havia uma vaga no Jardim Glória I. Victor pediu 15 dias para conseguir o dinheiro do aluguel. "Ela esperou, mas quando fui calcular minhas finanças no final do mês, tinha apenas R$300, que mal cobririam o aluguel. Então, decidi seguir em frente. Usei os R$300 para a mudança, colocar uma fachada e adiantar o aluguel, que eu não tinha. Ela segurou o aluguel para mim. Assim, comecei lá, abrindo o negócio no sábado, e paguei o aluguel na segunda-feira."
Ele se lembra dos desafios financeiros, mas a determinação o manteve trabalhando duro. "A barbearia estava desgastada e eu não tinha dinheiro para reformá-la. Lembro-me de uma chuva que alagou o lugar. Fiquei desanimado, chorei muito, era um sábado, a barbearia estava cheia e eu não sabia o que fazer. Parecia que tudo estava prestes a desmoronar. É difícil ver todo o seu esforço quase desperdiçado."
No entanto, ele encontrou a força para continuar. "Mudei para um local na frente pouco depois desse incidente. Quando a pandemia chegou, decidi abrir uma barbearia no centro da cidade, mas não funcionou bem. Fiquei quase dois meses lá e não consegui clientes, eles reclamavam da falta de estacionamento. Nesse momento, pensei em desistir e procurar um emprego convencional. Juntei dinheiro e retornei a Jardim Glória I, na Júlio Campos, onde permaneci por um bom tempo."
Dessa vez, com a ajuda de um colega de trabalho, Matheus, que agora trabalha na barbearia do Jardim Glória, eles enfrentaram alagamentos novamente, mas Victor lidou com a situação com mais confiança. "A água estava entrando de fora para dentro, inundando completamente a barbearia. Chorei, mas não entrei em desespero como antes, porque já tinha passado por isso. Decidi que era hora de trabalhar, erguer a cabeça e seguir em frente."
Victor solicitou permissão para reformar o local da proprietária, mas ela negou. Como resultado, ele decidiu mudar para outro lugar. "Nós nos mudamos, reformamos e até hoje estamos no Jardim Glória."
Com a barbearia estabilizada no Jardim Glória, Victor buscou realizar seus sonhos de abrir um espaço em um shopping. Ele conversou com sua família e levantou recursos para tornar esse projeto realidade. Agora, com um novo espaço no Shopping Várzea Grande, ele destaca a conquista de novos clientes e funcionários.
"O Matheus está comigo há dois anos e meio, ele é um excelente rapaz. Agora, temos o Samuel e o Bruno conosco. Sempre quis ter uma barbearia em um shopping e comecei a explorar essa oportunidade. Vendi meu carro, que eu adorava e ainda sinto saudade, mas estava determinado a realizar meu sonho. Fui orando e pedindo a Deus para abrir portas para nós, e consegui o dinheiro para tornar esse projeto realidade. Estou realizando um dos meus sonhos. Estamos crescendo e atraindo muitos clientes aqui no shopping."
Para os novos empreendedores no ramo, Victor aconselha estabelecer metas ambiciosas e focar no crescimento profissional. “Não tenha medo de enfrentar desafios. Eu sou um profissional que faço de tudo para crescer, mas de tudo no lado positivo, eu não piso [maltratar] em ninguém, não falo mal de ninguém. Eu faço o meu, faço o essencial e dou o meu máximo na profissão sempre. Não olhem para os outros, olhem para si e estabeleçam metas. Vamos supor, se eu faço 10, eu posso fazer 20. Se eu fizer 20 e posso fazer 30, eu vou fazer 30. Então é de você. A pessoa precisa querer crescer na vida profissional.”
Mas, os sonhos do jovem empreendedor não param, Victor Heverton, que pode ser acompanhado pelo @abrantesbarbeer, perfil no Instagram, quer abrir novas barbearias em outros shoppings e também ministrar cursos.
“Estou com planos também de abrir uma escola de barbeiros no Jardim Glória. Está no papel para ser executado, em breve iremos lançar e quem quiser pode entrar em contato comigo para inscrição. Nunca tive problemas em passar os meus conhecimentos porque acredito que cada um tem seu potencial, sua força de vontade”, finalizou.
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