Após o incêndio que destruiu o Shopping Popular em Cuiabá, empresárias ouvidas pela reportagem do criticaram a postura de políticos durante o incidente. Os comerciantes destacaram que representantes da população usaram a tragédia para autopromoção, mas nenhum procurou os responsáveis pelas bancas destruídas após o ocorrido.
A empresária Caroline Bellini, proprietária do Raio de Sol (box 43), que está prestes a recomeçar suas atividades em uma estrutura provisória, criticou, em entrevista ao , a postura dos políticos.
"Na verdade, fizeram isso apenas para ganhar engajamento e aparecer na mídia, tirando fotos. Prometeram ajuda, mas até hoje não recebemos apoio de ninguém. O único apoio veio dos empresários, que disponibilizaram as tendas onde estamos trabalhando", destacou ela.
Para a empresária, a resposta dos políticos, no caso o silêncio, é bom, pois segundo ela, é ano eleitoral, o momento dos comerciantes que receberam promessas selecionarem melhor seus candidatos. “A gente vai selecionar bem, pelo menos eu, pois precisamos votar em pessoas que estão nos ajudando e não só fazendo mídia, palhaçada, lutando por coisas que não são do interesse de ninguém”, ponderou Caroline.
Com os pés no chão, Caroline reconhece que esses políticos não têm 100% de obrigação de ajudá-los, mas segundo ela, poderiam ter feitos mais coisas, além dessa linha de crédito que está sendo disponibilizada para os comerciantes. Caroline detalhou que ninguém está conseguindo contrair esses empréstimos devido à burocracia.
Em relação à nova estrutura provisória que começa a ser instalada na próxima terça (20), no estacionamento do antigo prédio comercial, Caroline disse que apesar de saber que a situação não será a mesma, ela mantém a esperança de que as vendas melhorem assim que puderem se estabelecer em um local fixo.
"Nós acostumados nossos clientes com um ambiente mais confortável, ar-condicionado e boa logística né? Mas já é um local que vai ser fixo, que a gente já vai ficar para trabalhar e vai poder deixar as coisas fechar, abrir, com mais tranquilidade”, descreveu a empresária diante da mudança que deve ocorrer nos próximos 20 dias.
A empresária do ramo de venda de celulares, Luciana Oliveira, também criticou a postura dos políticos, que apareceram em massa no dia do incêndio, mas desapareceram logo depois.
Segundo ela, quando o incêndio aconteceu, ficou chocada ao ver políticos que nunca tinha visto pessoalmente. Luciana acrescentou que, na mídia, tudo parecia bonito e maravilhoso, mas a realidade é estar debaixo de uma tenda, com 40 graus de calor e sem ajuda. “A única doação que recebemos foi de um empresário, não do poder público”, afirmou.
Questionada como se sente diante desse abandono, visto que contribui para o Estado, pois gera emprego e paga impostos, Luciana disse que o que lhe dá conforto, paz, alegria, é trabalhar e fazer o melhor para seus clientes.
“Então, realmente, não dá para se esperar muita coisa fora do nosso alcance. A gente tem que trabalhar com as ferramentas que a gente tem”, ressaltou a empresária.
Sobre a expectativa da mudança para um local fixo e climatizado, Luciana não escondeu que está ansiosa, e reforçou que ficar debaixo daquela tenda no calor de 40 graus não é para qualquer um. Em relação às vendas, a comerciante disse que no começo não foi fácil, pois dia após dia, os clientes foram voltando. “Eu costumo falar que cada dia para nós é um dia diferente. Mas eu acho que qualquer um de nós assim, a gente já vê um sorriso no rosto com o movimento. Estamos felizes”, concluiu Oliveira.
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