Os atuais gestores da Associação de Moradores do bairro Jardim Renascer, em Cuiabá, a presidente Valdete Rosa de Castro Simini e seu vice Pedro Aquino Filho, em entrevista exclusiva ao , nessa sexta-feira (11.08), denunciaram irregularidades na distribuição de cestas básica na época da pandemia da Covid-19, onde apontam como envolvidos, o ex-presidente da associação, José Carlos e o secretário Adjunto de Assuntos Comunitários da Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc), Edio Martins de Souza.
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Ao , Pedro explicou que no dia 24 de janeiro foram orientados pela Federação Mato-grossense de Associações de Moradores de Bairros (FEMAB) e por parte da União Cuiabana de Associação de Moradores de Bairros (UCAMP), a realizar uma assembleia-geral para destituição da antiga diretoria, uma vez que o centro comunitário estava abandonado, desde as manifestações contra os resultados das eleições, onde o ex-presidente Bolsonaro, foi derrotado para presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“No local não tinha mais presidente, a diretoria estava dilacerada, várias irregularidades, além de denúncias de moradores. Saiu uma reportagem que o senhor José Carlos foi a Brasília no dia 08 de janeiro, data do ataque antidemocrático praticado nos prédios dos Três Poderes. Ele mesmo filmou ele quebrando o Congresso Nacional”, pontuou Pedro.
Pedro disse que entraram em contato com José Carlos, mas ele não aceitou entregar o local. Orientados, Pedro disse que procuraram a Justiça, pediram uma liminar, que de pronto foi atendida, onde José deveria entregar a chave, balancetes financeiros, lista de móveis patrimoniais, ata de prestação de conta, ata da Associação dos Moradores, no entanto, o vice-presidente enfatizou que José Carlos recebeu e assinou a notificação, porém não atendeu o pedido.
Carlos ainda tentou um embargo para cassar a liminar, mas foi negado em todas as instâncias. “Para se defender, ele disse que fazia serviços sociais de distribuição cestas básicas na pandemia da Covid-19, e ele mesmo anexou no processo lista de moradores que recebiam as cestas”, mas de acordo com Pedro, a lista de cadastro de moradores é irregular, pois, após eles assumirem a gestão, pessoas procuraram o Centro Comunitário para afirmar que seus nomes estavam, mas nunca haviam recebido das mãos de José Carlos – cesta básica.
Pedro entregou ao , boletins de ocorrências e declarações feitas de próprio punho, onde moradores alegam não ter recebido essas cestas básicas, conforme a lista do ex-presidente José Carlos.
O vice-presidente ainda detalhou que na lista constavam nomes de professores – aqueles que não precisam ganhar uma cesta básica e ganharam, como tinha nome de pessoas carentes que precisavam, mas só o nome delas estavam lá, porque os alimentos nunca chegaram na mesa delas.
Pedro disse que descobriram, que em junho, mesmo após a liminar, José Carlos, ainda usou do cargo para realizar novas distribuições de cestas básicas, e estava acompanhado do secretário Adjunto de Assuntos Comunitários, Edio Martins.
“Não sabemos porque o Edio estava junto, pois nós procuramos ele em fevereiro e denunciamos o que vinha ocorrendo. Nós temos documentos comprovando isso”, acrescentou
Com o controle do Centro Comunitário, os atuais gestores ainda encontraram diversas irregularidades, como listas de nomes que receberam cestas básicas, onde coincidem com nomes das pessoas, apoiadores do ex-presidente Bolsonaro, que ficaram em frente da 13ª Brigada de Infantaria Motorizada do Exército, em Cuiabá.
“Aqui funcionava tudo, menos associação de moradores. Nós achamos contrato de compra e venda de imóveis. Achamos documentos de partido político, com decisão judicial em curso, e até condenação eleitoral. Encontramos um documento do suplente de vereador pelo partido Podemos - João Batista Benevides da Rocha, que dizia que era advogado da associação, mas usava o centro como sede do partido político. O Podemos funcionava aqui, encontramos contratos de cabos eleitorais, cheques, várias documentações do partido”, alegou.
Pedro frisou que já oficializaram um documento e entregaram no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), sobre esse assunto, e também encaminharam ao Ministério Público (MPE) em relação às distribuições irregulares de cestas básicas.
Quando questionado pelo , se procuraram a secretária de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc), Pedro disse que conversaram com a secretária Adjunta de Cidadania e Inclusão Socioprodutiva (Sacis), Marilene Marchese, e explicaram o ocorrido, e no momento, ela disse que não sabia disso. “Nós acreditamos, como também acreditamos que a primeira-dama, Virginia Mendes e o governador também não sabiam dessa história”.
Pedro disse que a decisão de expor o caso, é porque desejam que as providências sejam tomadas, uma vez que mexer com alimento é coisa séria. “Mexer com alimentos paras as pessoas que precisam é coisa séria, para ficarem fazendo politicagem e entregando cestas apenas para quem querem”, concluiu Pedro Aquino.
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