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Cidades Quinta-feira, 03 de Agosto de 2017, 15:29 - A | A

Quinta-feira, 03 de Agosto de 2017, 15h:29 - A | A

Desmatamento Ilegal e Grilagem

Ação combate desmatamento ilegal e "desmancha" fazendas de gado em MT

Redação VG Notícias

Reprodução

grilagem

 

Uma ação conjunta no combate desmatamento ilegal em áreas da Reserva Legal Comunitária do Projeto de Assentamento Juruena (P.A. Juruena), resultou no "desmanche" de fazendas de gado e na apreensão de mais de 1.500 mourões de madeira. Também foi apreendida arames utilizados em cercas para o gado.

Ação envolveu a Promotoria de Justiça de Cotriguaçu, Ibama, Polícia Civil e Polícia Militar Ambiental.

Segundo Cláudio Angelo Correa Gonzaga, promotor de Justiça que atuou no caso, sob o entendimento de que a exploração da pecuária em área pública de desmatamento ilegal configura Estado de flagrância dos crimes previstos nos artigos 48 e 50-A, da Lei dos Crimes Ambientais (Lei 9.605/98) - pois a área de floresta estaria sendo explorada e degradada, além de ter sua regeneração impedida pelo gado - e de que as cercas são um instrumento destes crimes, o Ministério Público do Estado de Mato Grosso requisitou ao Ibama que promovesse a apreensão e doação sumária das lascas e cercas que formavam um sistema rotativo de pastagens da fazenda ilegalmente formada no P.A. Juruena.

Com a apreensão pelo Ibama, de todos os mourões e arame que constituíam as cercas, as fazendas estão sendo literalmente "desmanchadas" e o gado foi imediatamente retirado para início da regeneração da área. O material apreendido foi doado para a Prefeitura do Município de Cotriguaçu, que colaborou com a ação retirando o material doado, que agora servirá para proteção de Áreas de Preservação Permanentes (APPs) urbanas.

“Estamos acostumados a pensar em instrumento como uma ferramenta ou algum outro meio mecânico. Mas o instrumento não precisa ser algo móvel. Pode ser um dispositivo imóvel para se efetuar uma ação física qualquer, como é o caso da cerca para a pecuária. Com a retirada das cercas, não há mais pecuária. E, o que era instrumento de crime ambiental agora servirá de instrumento de preservação de APPs”, destaca o promotor.

O trabalho, que teve início há 10 dias, começou com uma manifestação anônima que chegou até a Promotoria de Justiça de Cotriguaçu. De acordo com o relato, alguns comerciantes e fazendeiros da cidade teriam invadido e desmatado, com o objetivo de “grilarem” terras públicas, centenas de hectares de floresta no P.A. Juruena, substituindo a floresta nativa por gado. Esta atividade estaria comprometendo a regularização ambiental do projeto de assentamento do INCRA, já que teriam sido destruídas grandes porções de Floresta Amazônica às margens do Rio Juruena, que compõe o maior bloco de floresta nativa ainda preservada no Estado de Mato Grosso.

A partir da notícia-crime anônima, o Ministério Público acionou o Ibama e Polícia Judiciária Civil, constatando-se que as referidas áreas, que já haviam sido embargadas pelo Ibama em razão do desmatamento ilegal, agora estavam sendo destinadas à pecuária.

“Embora os suspeitos tenham alegado inicialmente que duas grandes áreas desmatadas seriam de invasores diferentes, um Laudo de Constatação de Desmatamento Ilegal elaborado pela equipe Polícia Judiciária Civil em Cotriguaçu, a partir de imagens aéreas de drone, verificou que as áreas constituíam um único sistema de piquetes para o gado”, comenta o promotor de Justiça.

Os responsáveis pela “grilagem” já foram identificados e estão sendo ouvidos pelo Ministério Público. Um deles firmará Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para fazer a recuperação do dano ambiental. Ele terá que recuperar o dobro da área degradada. “Até o momento, todas as medidas foram tomadas no âmbito extrajudicial com ação conjunta do Ministério Público, Ibama e a PJC. Os responsáveis, porém, responderão pelos crimes ambientais que cometeram. Felizmente, a Floresta Amazônica é até certo ponto resiliente. Com atuação rápida, afastando-se o agente causador do dano ambiental, há potencial de regeneração natural da Floresta”, explicou o promotor de Justiça. (Com informações MPE)

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