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Artigos Quinta-feira, 31 de Agosto de 2017, 15:00 - A | A

Quinta-feira, 31 de Agosto de 2017, 15h:00 - A | A

opinião

Viagem à Rússia

por Alfredo da Mota Menezes *

Produtores de soja e milho do Estado foram à Rússia. A intenção era entender melhor os sistemas ferroviário e hidroviário daquele país.

Quem sabe poderia até surgir uma sonhada parceria nessas áreas de transporte em que os russos têm conhecimento e experiência.

Na viagem também teve conversas com compradores de soja do estado na busca de aumentar esse comércio e venda.

No setor ferroviário, os russos talvez sejam os que mais têm conhecimento sobre o assunto no mundo.

A Rússia tem mais de 17 milhões de km2 de território, cabem dois Brasil. Distâncias enormes foram vencidas com ferrovias.

Possuem 85 mil km de ferrovias, quase oito vezes mais que os 12 mil km do Brasil.

Os russos transportam por ferrovias 81% de suas cargas (três bilhões de toneladas), levam ainda mais de um bilhão de passageiros por ano.

Eles têm como ensinar caminhos para Mato Grosso e o Brasil. Fala-se que poderiam assumir um trecho de 1.500 km da ferrovia Norte-Sul, aquela que beneficiaria a região do Araguaia no Estado.

Mato Grosso mostrou, nos diversos encontros, sua atual produção de 60 milhões de toneladas de soja e milho e pode chegar em 2025 com 85 milhões de toneladas.

Agregando terras degradadas e de pastagens isso poderia dobrar. MT pode chegar ao total de produção de soja da Argentina.

Ao falar nos encontros sobre aumento de produção, a intenção era mostrar aos russos o potencial de carga do estado e despertar neles quem sabe alguma parceria maior.

Foi interessante observar o profissionalismo dos dois lados. Mato Grosso apresentou seus dados em português com legendas em russo e teve outra apresentação em inglês.

Os russos, através da gigante estatal das ferrovias RZD, apresentou seu trabalho em português.

Na área de hidrovia, obedecem rigorosamente as determinações ambientais. Em MT, quando se fala na Paraguai-Paraná, Araguaia-Tocantins ou Teles Pires-Tapajós, parece que o mundo vai acabar.

Por que funcionam hidrovias nos EUA, Alemanha, Rússia e aqui não pode?

Que se obedeçam as leis ambientais, como em outros lugares, e utilizemos as hidrovias como outros países estão fazendo para transportar suas cargas.

Mato Grosso precisa de nova ferrovia. Fala-se- na Ferrogrão, na Ferronorte até Lucas ou aquela dos chineses. Qualquer uma que vier seria útil.

Mas fico cá pensando como conseguir uma ou outra. O Governo Federal investia antes mais de 5% do PIB em infraestrutura, agora somente 1.9%.

Capital internacional tem receio da insegurança jurídica. Capital nacional seria com apoio do BNDES.

O diabo é que, agora, os juros para empréstimos desse banco de fomento serão mais restritivos e mais caros segundo nova lei do Congresso.

Quem sabe as multinacionais do comércio de grãos possam trazer de fora parte desse capital para uma ferrovia.

Temos que diversificar a infraestrutura estadual para escoar a produção. Se for quase tudo por caminhão, ou as rodovias do Estado travam ou vamos deixar de aumentar a produção porque o gargalo do transporte assim exigiria.

O que não seria nada bom para a economia do Estado.

* Alfredo da Mota Menezes é historiador e articulista político em Mato Grosso.

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