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Artigos Sexta-feira, 31 de Dezembro de 2021, 11:42 - A | A

Sexta-feira, 31 de Dezembro de 2021, 11h:42 - A | A

José Marques Braga*

Várzea Grande no contexto econômico 2022

Falar de economia em contextos locais e temporários, sem relatar a estrutura a que estamos subordinados, é como falar que chá de boldo cura COVID 19. Então, vamos tentar explicar os contextos econômicos e históricos em que Várzea Grande emergiu.

Na década de 1950 o mundo girava em torno da guerra fria entre EUA — os Estados Unidos da América e a velha URSS — União das Repúblicas Socialistas Soviéticas em que divergiam dos conceitos econômicos e políticos de organização das nações, no meio deste contexto, no mesmo sistema capitalista haviam dois princípios econômicos diferentes, os quais se definiam como sendo o liberalismo tecnocrático que acreditava na estabilidade monetária (moeda), nos mecanismos institucionais indutores da formação (política econômica de incentivo ao capital e investimentos) e na canalização da poupança para o financiamento do investimento como pré-condição para o desenvolvimento sustentado; e do lado oposto, o nacional-desenvolvimentismo que defendia a ação empresarial do Estado e considerava a inflação, não necessariamente como um fator inibidor do crescimento, mas como uma forma de viabilizar o investimento estatal.

Várzea Grande, emancipada em 23 de setembro de 1948, nasce e emerge neste contexto, e nos seus 73 anos de emancipação, hoje se classifica, socioeconomicamente, em relação a diferentes históricos e realidades econômicas de cidades do Estado de MT, em conformidade com os dados do IBGE (atualizados em setembro de 2018) abaixo relacionados:

Reprodução

Tabela

 

Isto em dados inteligíveis, diz que, temos um PIB de 8 bilhões de reais, temos uma população próximo a 300 mil habitantes, as pessoas ganham, em média 28,3, mil por ano ou, pouco mais de 2 mil por mês, e uma população de 94 mil pessoas ganham até menos de meio salário mínimo.

Então, quais os efeitos dos modelos econômicos no desenvolvimento socioeconômico do município? Para entender, faz-se necessário analisar os perfis dos seus Gestores e governanças nestes tempos de emancipação política. Estes foram de direita, centro ou esquerda?

Nenhum destes. Foram tocadas as políticas de plantão de cada período e sempre na gestão bombeiro: apagando fogo. Nunca foi aplicada as técnicas de planejamento estratégico ou qualquer outro modelo. As gambiarras administrativas formam as políticas de Várzea Grande MT.

Não por intenção, mas pelas insuficiências de competências e meritocracia de seus gerenciamentos.
Entendendo por “competências” aqui, a definição clássica como sendo o conjunto de “Conhecimento, Habilidades e Atitudes”. São fatores que, necessariamente, devem ser aplicadas com meritocracia em seu conjunto, para que sejam eficazes. “Se houver atitudes e habilidades sem conceito técnico-científico, os resultados são insuficientes e formam a cidade assim como a conhecemos: ficam muito a desejar quando comparamos com as cidades bem administradas; se houver conhecimento e habilidades, sem atitudes, nada será feito; e se houver conhecimento e atitudes sem as habilidades políticas, os resultados são pífios”. Várzea Grande sempre pecou na ineficiência do conhecimento pela falta de bons gestores, portanto, sem bons planejamentos. O plano Diretor da Cidade, de boa qualidade, fica como uma lei sem aplicação. O fazejamento criou uma cidade de manutenção de altos custos e poucas eficácias nos resultados.

Os resultados podem ser observados nos dados socioeconômicos das cidades do quadro acima. Os princípios macroeconômicos do liberalismo ou do Estado investidor nunca foram aplicados nos municípios brasileiros, reservadas as exceções. Mas, são nas cidades polos regionais, por questões exógenas (externas e independentes) onde se concentram as exclusões sociais e resultam em gastos maiores com saúde pública e outras demandas destas decorrentes, com efeito, cascata nos itens, distribuição de renda. Várzea Grande, Cáceres e Barra do Garças estão neste seguimento de cidade. A diferença está em SINOP MT, cidade nova e administrada com as competências acima mencionadas.

O Agronegócio notadamente tem sua opção pelo liberalismo econômico, o que pode ser visualizadas na cidade como Brasnorte e Itatuba, onde O PIB PER CAPITA é alto, renda pequena (2,5 salários mínimos) e percentual (35%) de renda abaixo de meio salário mínimo. É um índice entre os maiores de Mato grosso e como efeito, o IDH médio para um PIB per capita alto. São dados alinhados com os princípios do liberalismo econômico.

Como efeitos do sistema, as cidades polos como Barra do Garça, Várzea Grande e Cáceres, aumenta sua população desprovidas de renda e bens de capital, diminui a renda per capita, tem IDH maior em função do fator educação, apresentam percentual maior da renda abaixo de meio salário mínimo. São dados significativos para o planejamento eficaz da cidade e transformadores destes dados em fatores favoráveis ao desenvolvimento do município.

A educação de qualidade é fator determinante para uma cidade de Parque tecnológico como está previsto no Plano Diretor de várzea Grande, há mais de 10 anos, e ainda sem conclusão. Isto requer atitudes politicas junto ao seguimento pertinente para as mudanças que trarão novos resultados. Os fatores de produção da economia de Várzea Grande são de serviços e com o perfil tecnológico voltado ao Agronegócio. A UNEMAT já está trabalhando os seus produtos para o agronegócio. Isto é Planejamento Estratégico.

O modelo de princípios econômicos, em ambos, exigem-se Planejamentos com técnicas e princípios alinhados. Um exemplo de cidades planejadas com princípios técnicos são os casos do Estado do Paraná, como Curitiba, Maringá: Brasília DF, caso específico; em Mato Grosso, já é possível visualizar as cidades do eixo Nova Mutum — Sinop, onde os Planos diretores funcionam.

Então, Várzea Grande, tem um PLANO DIRETOR atualizado e muitas inovações se passam por ele, de um Lixo reciclável a uma cidade inteligente, há muitas medidas a serem tomadas e estas exigem a aplicação das competências na governança e governabilidade, sem esquecer da aplicação dos três fatores: “Conhecimento, Habilidades (políticas e sociais) e atitudes (diferentes) ”. Afinal, não podemos obter novos resultados com as velhas práticas. Lembrar que as políticas econômicas do ente federado União, fala em liberalismo, mas aplica a intervenção através da destruição de ajuda aos pobres como forma de aquecer a economia que não reage sem a ajuda do estado. Um caso a pensar. FELIZ 2022.

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